Pelo menos 14 soldados de paz tanzanianos foram mortos e outros 40 ficaram feridos num ataque de rebeldes ocorrido na noite desta quinta-feira na província do Kivu do Norte, no leste da República Democrática do Congo.
Esta sexta-feira, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, reagiu ao incidente ao abrir a conferência de doadores do Fundo Central de Resposta de Emergência em Nova Iorque.
Segundo Guterres, já chegaram reforços militares ao local, onde há dezenas de capacetes-azuis da Tanzânia feridos. O comandante das forças de paz na RD Congo coordena a resposta no terreno ao incidente, que ocorreu no Kivu do Norte, no leste do país.
O secretário-geral da ONU considerou o dia trágico para as Nações Unidas e, após confirmar as baixas, expressou “indignação e grande tristeza” pela acção. Guterres declarou que, de acordo com as primeiras indicações do local do ataque, pelo menos cinco membros do Exército congolês perderam a vida no incidente.
O ataque é o pior contra capacetes-azuis na história recente da organização. Segundo António Guterres, esta é mais uma indicação do sacrifício enorme dos países que contribuem com tropas para a busca da paz.
O ministro tanzaniano dos Negócios Estrangeiros, Patrick Mahiga, declarou que o seu governo está muito chocado, particularmente por ser a primeira vez que perde tantas tropas de paz em uma só ocasião.
Segundo o chefe da diplomacia tanzaniana, há dois meses, foram mortos dois soldados do seu país. Mas com os 14 soldados tanzanianos mortos, 38 feridos e quatro desaparecidos na acção, esta é das maiores baixas alguma vez sofridas pelas Nações Unidas.
António Guterres expressou condolências às famílias das vítimas e ao governo tanzaniano, e desejou rápidas melhoras aos feridos. O secretário-geral condenou “de forma inequívoca” o acto, e sublinhou que os ataques contra soldados de paz são crimes de guerra e os seus autores devem ser levados à justiça.
Para o secretário-geral da organização, não pode haver impunidade para este tipo de actos, tanto neste país como em qualquer outra parte do mundo, e salientou que “estes homens e mulheres corajosos põem a sua vida em risco para servir a paz e proteger civis”.
A situação na RD Congo é uma das que são cobertas pelo Fundo Central de Resposta de Emergência das Nações Unidas. Para António Guterres, “o ataque ajuda a realçar a urgência de ajudar as pessoas necessitadas e abordar situações frágeis” na região.
ZAP // Radio ONU