A secretária de Estado da Indústria desvalorizou o polémico jantar no Panteão Nacional e garante que nenhum membro do Governo esteve presente. “Não temos nada a ver com isso”, afirmou à agência Lusa.
A secretária de Estado da Indústria, Ana Teresa Lehmann, desvalorizou este sábado o “jantarinho” de convidados da cimeira de tecnologia e empreendedorismo Web Summit no Panteão Nacional, lembrando que nenhum membro do Governo esteve presente.
“Houve um jantarinho organizado por terceiros e no qual não esteve presente nenhum membro do atual Governo. Eu não estive presente, não esteve presente nem o senhor ministro da Economia nem o senhor primeiro-ministro”, afirmou a secretária de Estado em declarações à agência Lusa. A responsável recusou também qualquer associação do executivo à iniciativa: “Não temos nada a ver com isso”.
Já questionada sobre uma eventual imagem negativa do evento, a governante disse que “mau era se o foco fosse num jantar organizado por terceiros”. “Temos é de destacar o sucesso” e de “puxar o país para cima”, vincou a governante.
A polémica surgiu depois da divulgação de informações nas redes sociais acerca da realização de um jantar exclusivo com convidados da Web Summit na nave central do Panteão Nacional, em Lisboa, em que participaram presidentes executivos, fundadores de empresas e ‘startups’, investidores de alto nível, entre outras personalidades.
Na altura, o primeiro-ministro emitiu um comunicado a repudiar a situação, considerando que a utilização do Panteão Nacional para eventos festivos era “absolutamente indigna”.
O fundador da Web Summit, Paddy Cosgrave, chegou mesmo a pedir desculpa por ter usado o Panteão para o jantar de encerramento. “Eu amo este país como se fosse uma segunda casa e nunca teria a intenção de ofender os grandes heróis do passado de Portugal”, escreveu no Twitter.
Cosgrave explicou ainda que “foi um jantar organizado de acordo com as regras do Panteão Nacional e realizado com respeito” e que a ideia era “tentar honrar a história de Portugal”.
Isabel Melo, diretora do Panteão Nacional, também recusou demitir-se na sequência da polémica e garantiu que o evento foi autorizado “por quem de direito”, ou seja, a Direção-Geral do Património e que decorreu de acordo com o regulamento em vigor.
Segundo apurou o Observador, o “ministro” a quem Paddy Cosgrave se referiu no jantar será João Vasconcelos, ex-secretário de Estado da Indústria e um dos principais rostos do ecossistema de empreendedorismo português.
O ex-governante, que saiu do Governo na sequência do caso Galpgate, foi presença assídua no evento e esteve presente no polémico jantar.
Esta terça-feira, o ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, assegurou que a utilização do Panteão, à semelhança de outros monumentos que “honrem a memória da nação”, será “fortemente restringida”, no âmbito da revisão da sua regulamentação.
A Web Summit decorreu entre 6 e 9 de novembro na zona do Parque das Nações. Segundo a organização, nesta segunda edição do evento em Portugal participaram 59.115 pessoas de 170 países.
ZAP // Lusa
Convidar os meus amigos e jantar de passagem de ano no Panteão.. visto que a estrangeirada pode, eu que sou portugues também acho que posso.?!
Claro desvaloriza-se o caso imagine-se o coro de vozes caso essa gente fossem oposição.
Tenham vergonha e assumam as responsabilidades.Na volta ainda dizem que forçaram a fechadura.