Seguranças da Urban Beach passam para prisão domiciliária

António Pedro Santos / Lusa

Os dois seguranças da discoteca Urban Beach, em Lisboa, que estão em prisão preventiva, vão passar esta quinta-feira para prisão domiciliária, disse à Lusa Joaquim Oliveira, advogado de um dos arguidos.

O advogado Joaquim Oliveira indicou que o processo de instalação da pulseira eletrónica, para a prisão domiciliária, está concluído.

Os dois seguranças – funcionários da empresa de segurança privada PSG – estão presos preventivamente no estabelecimento prisional anexo à Polícia Judiciária de Lisboa desde o dia 4 de novembro, após primeiro interrogatório.

Nesse dia, o Tribunal de Instrução Criminal emitiu um comunicado referindo que os dois seguranças estão indiciados de tentativa de homicídio, enquanto a um terceiro, também ouvido e que saiu em liberdade, está imputado o crime de ofensa à integridade física.

Este homem ficou, contudo, sujeito a várias medidas de coação: termo de identidade e residência, proibição de contactar com as vítimas e com os coarguidos, e impedimento de exercer a atividade de segurança privada.

O tribunal referia já que os dois arguidos poderiam passar para prisão domiciliária depois de os serviços elaborarem um relatório para verificar se haveria condições para a mudança.

Em causa neste processo estão agressões a dois jovens, por parte dos seguranças, em frente à discoteca, na zona de Santos, na madrugada de 1 de novembro.

O caso tornou-se público depois de ter começado a circular nas redes sociais um vídeo em que se veem as agressões, com as vítimas aparentemente indefesas e sem demonstrar resistência.

O grupo K, proprietário da discoteca, interpôs entretanto um processo cautelar de suspensão de eficácia do ato administrativo do Ministério da Administração Interna (MAI), que ordenou o encerramento do espaço a 3 de novembro.

O MAI tomou a medida alegando não só este episódio de violência, mas também as 38 queixas sobre a Urban Beach apresentadas à PSP desde o início do ano, por supostas “práticas violentas ou atos de natureza discriminatória ou racista”.

A empresa de segurança privada PSG, empregadora dos vigilantes indiciados, já anunciou que vai rescindir todos os contratos com estabelecimentos de diversão noturna para “se distanciar de situações semelhantes”.

// Lusa

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