Pedrógão: depois do fogo, as inundações

António Cotrim / Lusa

Rescaldo do incêndio em Valongo, Pedrogao Grande

Rescaldo do incêndio em Valongo, Pedrogao Grande

O concelho de Góis, no distrito de Coimbra, uma das mais afetadas pelo fogo que consumiu a região, contou nesta quinta-feira com uma ajuda: a chuva chegou e ajudou a limpar as cinzas do incêndio. Mas noutras zonas, a chuva só veio piorar.

Três semanas passadas sobre o pior incêndio que Portugal já viveu, os fogos deram lugar a inundações e enxurradas, em Góis e em Castanheira de Pera.

Numa das freguesias do concelho de Góis, em Alvares, a autarquia viu-se até obrigada a rebentar um dique para evitar danos mais graves, depois de uma ribeira ter inundado duas casas, segundo o Observador.

Durante a tarde, a chuva que caiu sobre a Serra de Lousã resultou numa enchente da ribeira do Sinhel, que acabou por galgar as margens da praia fluvial de Alvares e inundar uma casa habitada e uma garagem. Devido às cinzas, “a água parece alcatrão”, confessa a Presidente da Câmara, Lurdes Castanheira.

Depois de terem sido consumidas pelas chamas, as encostas do local não conseguem agora reter qualquer água. A cheia atingiu ainda duas eletrobombas do sistema de abastecimento público, levando a que cerca de 100 pessoas ficassem sem água na freguesia.

Neste momento, a autarquia de Góis está preocupada em assegurar a qualidade da água para consumo humano. Depois das cinzas do incêndio terem ido pelo rio abaixo, devido à enxurrada, é preciso ter a certeza que as fontes de abastecimento público não foram contaminadas.

A autarca Lurdes Castanheira confessou, no entanto, que o pior parece já ter passado: a chuva acabou por limpar tudo à sua passagem e agora “a água já não parece alcatrão”.

Na Lousã e em Miranda do Corvo, a chuva apareceu acompanhada de trovoada e granizo, que deram origem a inundações. A água derrubou árvores e destruiu campos agrícolas. Em Lousã, uma habitação – assim como a via pública – ficou também inundada.

Na freguesia das Gândaras, no concelho da Lousã, o temporal derrubou seis árvores, assim como cabos elétricos da rede pública que foram arrastados. Em algumas zonas, o gelo acumulado chegou a ter “meio metro de espessura”, conta o comandante dos Bombeiros Voluntários da vila.

Em Vila Real, na zona do Pinhão, em Alijó, olivais e vinhas foram destruídos pelo arrastão de terras e pedras. Também aqui, registaram-se inundações em casas e na estação de comboios.

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