A Renault utilizou “estratégias fraudulentas” durante mais de sete anos para enganar sobre os níveis de contaminação dos motores ‘diesel’, segundo um relatório dos serviços antifraude franceses revelado esta quarta-feira pelo Libération.
“A Renault SAS enganou os consumidores sobre os controlos efetuados e, em particular, no controlo regulamentar de homologação sobre as emissões contaminantes”, afirma o organismo antifraude dependente do Ministério da Economia (DGCCRF) num documento de novembro de 2016, que serviu para a abertura de uma investigação judicial em janeiro do mesmo ano.
Na altura, a Renault começou a ser investigada por alegada fraude nos testes de emissões, semelhante à usada pela Volkswagen para esconder emissões excessivas de gases poluentes.
As autoridades investigaram várias instalações responsáveis pela certificação e engenharia de motores para avaliar suspeitas relacionadas com os testes de emissões e a certificação dos motores. No entanto, a fabricante disse que cumpre todas as normas legais.
Um porta-voz da empresa já disse à agência EFE que o grupo tornará público um comunicado durante o dia de hoje para dar a conhecer a sua posição.
Renault nega “estratégias fraudulentas”
Num comunicado, a Renault insiste que “nenhum dos serviços da empresa infringiu as regras, europeias ou nacionais, refletivas à homologação”.
“O Grupo Renault examinou um artigo desequilibrado publicado hoje na imprensa nacional relativo ao ‘dossier das emissões'”, explicou o fabricante, antes de adiantar que “não tenciona comentar uma investigação em curso, processo confidencial por natureza e ao qual a empresa não tem acesso”.
Assim, adianta, a empresa “não pode confirmar a veracidade, exaustividade e fiabilidade das informações contidas no artigo”.
A Renault assegura ainda que justificará que respeitou a regulamentação, mas que “reservará as explicações aos magistrados que instruem o caso”.
O Ministério Público de Paris anunciou em 13 de janeiro último que três juízes de instrução iam realizar investigações sobre se a Renault tinha manipulado os controlos a que são submetidos os veículos para serem homologados.
As investigações tinham como base este estudo do organismo antifraude dependente do Ministério da Economia (DGCCRF).
ZAP // Lusa