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Renault (também) suspeita de fraude nas emissões

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A Renault está a ser investigada por alegada fraude nos testes de emissões, semelhante à usada pela Volkswagen para esconder emissões excessivas de gases poluentes.

A AFP noticiou que a polícia francesa terá estado na quinta-feira passada em fábricas da marca francesa e apreendido computadores de gestores da empresa.

Segundo a agência de notícias, os contornos em que decorreram as buscas levam a crer que se trata de um processo relacionado com a investigação alargada ao setor automóvel iniciada após o escândalo da Volkswagen, que rebentou em setembro.

De acordo com um documento publicado pelo sindicato CGT na fábrica de Lardy, em França, vários agentes da Direção Geral da Concorrência, do Consumo e da Repressão de Fraudes (DGCCRF), divisão do Ministério da Economia francês, estiveram nas instalações.

As autoridades estariam a investigar várias instalações responsáveis pela certificação e engenharia de motores para avaliar suspeitas relacionadas com os testes emissões e a certificação dos motores.

“Estamos todos surpreendidos”, referiu Franck Daoût, dirigente do sindicato em declarações citadas pela rádio Europe 1.

O escândalo rebentou nos Estados Unidos durante o ano passado, quando as autoridades revelaram que os carros a gasóleo da Volkswagen estavam equipados com software capaz de esconder o valor real das emissões.

A Renault informou, entretanto, que será publicado um comunicado “em breve”.

No final de setembro, o Renault Mégane, um dos modelos mais vendidos da marca, foi identificado como um dos automóveis com desvio de 40% entre os testes de emissões e a condução real, de acordo com o relatório “Mind the Gap”, publicado anualmente pela Transport & Environment, entidade que trabalha diretamente com a Comissão Europeia.

“O escândalo da Volkswagen é só a ponta do iceberg e o que está escondido é um abuso generalizado das fabricantes automóveis”, afirmou Greg Archer, da T&E.

Os investidores da Renault estão a reagir com pessimismo às notícias e as ações da empresa já afundaram mais de 20% na bolsa de Paris, para os 69,28 euros.

Quando rebentou o escândalo da Volkswagen, o governo francês pediu uma investigação “em toda a Europa”. O ministro das Finanças, Michel Sapin, disse na altura que, de modo a “tranquilizar” o público, é “necessário” levar a cabo verificações nos carros fabricados por outras empresas europeias.

ZAP

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