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Mais de metade dos 10 mil milhões transferidos terão saído do BES

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Mário Cruz / Lusa

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Mais de metade dos dez mil milhões de euros de transferências para offshores, que não apareciam nas estatísticas entre 2011 e 2014, foram declarados pelo Banco Espírito Santo (BES).

Segundo o Jornal Económico, esta revelação foi feita por fonte da administração fiscal, que “garante que o peso do BES ‘é enorme’ na omissão das transferências no sistema informático da Autoridade Tributária [AT], cujo montante acabou por escapar ao controlo do fisco”.

Em causa, escreve o jornal, “estão os montantes que os clientes do banco, a maioria empresas, enviaram para offshores nos dois anos antes da resolução do banco”.

“As transferências foram declaradas pelo Novo Banco após a resolução do BES a 3 de agosto de 2014. Os valores ascendem a mais de cinco mil milhões de euros e estão relacionados com três das 20 declarações apresentadas pelas instituições financeiras que não foram objeto de qualquer tratamento pela Autoridade Tributária”, salienta o jornal.

A mesma fonte adiantou que o “BCP surge em segundo lugar no que diz respeito aos montantes transferidos para offshores e que escaparam ao radar da máquina fiscal”.

Sobre o montante declarado pelo BES, a mesma fonte explicou ao económico que “o facto de os negócios de private banking do antigo BES poderem ser mais desenvolvidos, gerando maiores montantes que forma depois declarados pelos clientes, onde se incluem algumas das empresas do GES”.

O Jornal Económico contactou o Ministério das Finanças que se escusou a comentar.

Não nos podemos pronunciar sobre as entidades financeiras envolvidas. O Banco de Portugal não autoriza a divulgação, conforme referido ontem [quarta-feira, dia 01 de março] pelo secretário de Estado na COFMA [Comissão de Orçamento e Finanças e Modernização Administrativa]”, disse a mesma fonte do ministério ao jornal.

Na quarta-feira, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Rocha Andrade, reiterou no Parlamento que não houve controlo inspetivo dos dez mil milhões de euros que foram transferidos para offshore, porque esse montante não era conhecido do Fisco.

Na semana passada, o Público noticiou que nesses quatro anos quase dez mil milhões de euros foram transferidos para contas sediadas em paraísos fiscais sem qualquer controlo da AT, embora tenham sido comunicados ao Fisco pelos bancos, como a lei obriga.

Entre 2011 e 2015, enquanto Paulo Núncio era secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, não foram publicadas as estatísticas da AT com os valores das transferências para offshore, uma publicação que tinha sido tornada obrigatória em 2010.

As estatísticas só voltaram a ser publicadas no Portal das Finanças por decisão do atual secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, sendo que o Ministério das Finanças detetou que houve 20 declarações de Operações Transfronteiras (enviadas pelos bancos ao Fisco) que “não foram objeto de qualquer tratamento pela AT”.

Estas declarações, segundo disse o Ministério das Finanças ao jornal, “estão agora a ser objeto de controlo pela inspeção tributária”, sendo que o caso foi remetido para a Inspeção-Geral de Finanças.

Também o Ministério Público está a recolher elementos para apurar se existem procedimentos a desencadear.

// Lusa

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3 Comments

  1. Este NUNCIO quando surripiava as micro-empresas portuguesa e os particulares com taxas e mais taxinhas para a autoridade tributária não reparou – não quis reparar na fuga de 10 000 000, 00 para off-shores. Engraçado, pois á data dos fatos acha este tecnocrata do Passos um palhaço!… Com efeito, não me enganei! Em podendo, tinha todo o gosto em dar-lhe umas boas bordoadas e enfiar-lhe uns bons pontapés no cú!…
    Este NUNCIO, o SÓCRATES, o SALGADO, o BATAGLIA, o ZEINAL, o GRANADEIRO, todos mereciam os ditos pontapés no cú! … Assim eu pudesse!…

  2. Mas então não era necessário, que os “RATOS” fizessem primeiro, os respectivos desvios, para os respectivos offshores, antes de darem o banco por falido?
    Talvez para ajudar os “RATOS”, as listas de transferências que deviam ter sido publicadas “à cautela” não o foram. Mas podemos todos estar descansados! Paulo Núncio até já disse ser o único responsável por essa decisão. Curiosamente já deve estar no desemprego, pois se renunciou aos cargos que tinha no partido, coitado! Mas Portugal deve-lhe muito!
    Os então ministros das finanças, completamente desresponsabilizados, desempenham altos cargos…
    Já o governador do BdP,, sendo impotável, vai continuando por cá a fazer o “seu trabalho”.
    Afinal a tudo isto chama-se tirar o país da banca rota, salvar os portugueses!
    Devemos-lhe muito a todos!

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