O director regional das Florestas da Madeira, Rocha da Silva, disse à agência Lusa ser “estranho” o aparecimento hoje, numa zona “batida” pela Polícia Florestal “nos últimos dias”, da criança que, desde domingo, estava desaparecida na Calheta.
“Aquela zona foi batida pela Polícia Florestal, por elementos conhecem bem o meio florestal, e a criança não estava lá. Por alguma razão apareceu agora”, disse à agência Lusa o director regional das Florestas da Madeira.
Rocha da Silva salientou que “o menino foi encontrado pelo levadeiro (profissional responsável pela distribuição de água de rega que é transportada nos pequenos canais que serpenteiam a Madeira), quando este fez a habitual ronda para verificar se havia alguma coisa a obstruir a levada, logo pela manhã”.
“Como não havia indícios da sua presença” nos dias anteriores, “é normal que ela tenha sido colocada algum tempo antes”, admitiu o director regional das Florestas madeirense.
O responsável salientou que “o tempo tem estado muito frio (…), tem chovido quase todos os dias e estamos a falar de uma zona que fica situada acima da cota dos 500 metros de altitude”.
Segundo Rocha da Silva, “com estas condições, estes dias todos era difícil a criança sobreviver sozinha e tinha de estar toda encharcada”, pelo que considera que todo este caso “é muito estranho”.
Este responsável adiantou que os elementos da Polícia Florestal que participam nas buscas “fizeram-no por uma questão cívica” e estiveram atentos nestes últimos três dias.
A criança, de 18 meses, desapareceu domingo à tarde durante um convívio familiar na casa dos padrinhos, no sítio dos Reis Acima, Calheta, na zona oeste da ilha da Madeira, tendo sido encontrado esta manhã com vida.
A criança está em observação no Hospital do Funchal, onde o pediatra que a observou assegurou, em conferência de imprensa, que “está bem (…) lúcida, consciente (…), não apresentando sinais de lesões visíveis de maus tratos”.
Também este pediatra, José Luís Nunes, considerou “intrigante” que o menino tenha sobrevivido sozinho durante três dias e três noites, ao relento, e “chegado bem, como chegou, ao hospital”.
/Lusa
Menino da Madeira
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