A mulher detida por suspeita de envolvimento no desaparecimento do filho durante três dias em janeiro, no concelho da Calheta (Madeira), ficou hoje em liberdade, com termo de identidade e residência, indiciada pelo crime de tráfico de pessoas.
A decisão foi anunciada após Lídia Freitas ter sido ouvida durante a tarde pela juíza de instrução criminal, no Tribunal Judicial do Funchal. ”A arguida está indiciada pela prática de um crime de tráfico de pessoas”, refere o documento entregue à comunicação social pelo tribunal.
A mesma nota informa que a mãe de Daniel “foi restituída à liberdade, aguardando os ulteriores termos do processo sujeita às seguintes medidas de coação: termo de identidade e residência, obrigação de apresentação bissemanal a efetuar às terças e sextas-feiras, na esquadra da PSP da área da sua residência, e proibição de se ausentar da Região Autónoma da Madeira”.
Lídia Freitas abandonou as instalações do tribunal, tendo saído pela porta traseira do edifício.
A mãe do menino foi detida no sábado pela Polícia Judiciária (PJ), no Funchal, seis meses depois do desaparecimento da criança, na sequência de diligências desencadeadas na sexta-feira, despoletadas por desavenças entre os pais do menino e que incluíram interrogatórios ao casal e a outra pessoa – não identificada – sobre este caso.
A arguida esteve estes últimos dois dias no estabelecimento prisional da Cancela e foi também ouvida hoje pelo procurador do Ministério Público na comarca da Ponta do Sol, sendo depois transportada para o Funchal.
Lídia Freitas chegou algemada às instalações da Polícia Judiciária, transportada num veículo ligeiro da força de segurança, tendo sido ouvida depois das 14:00 pela juíza de instrução criminal.
Daniel, agora com dois anos, desapareceu a 19 de janeiro, durante um convívio em casa de familiares, e foi encontrado três dias depois na floresta, naquela localidade da zona oeste da Madeira.
Segundo os médicos que observaram na altura a criança, esta “estava clinicamente bem”, apenas mostrado sinais de queimaduras devido ao frio, num caso que consideraram “intrigante”.
O desaparecimento do pequeno Daniel em janeiro na Madeira pode ter sido uma “encenação” dos pais para depois venderem o menor, disse à agência Lusa fonte da Polícia Judiciária.
/Lusa
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