A coordenadora do BE, Catarina Martins, anunciou este sábado o voto favorável dos bloquistas na generalidade à proposta de Orçamento do Estado para 2017 (OE 2017), no encerramento de uma conferência nacional do partido, na Faculdade de Ciências de Lisboa.
“O BE cumpre os seus compromissos e este OE, objetivamente, aumenta rendimentos do trabalho, cumpre o compromisso de não precarizar e privatizar mais, de não aumentar os bens essenciais. No dever e no haver, em 2017, quem vive do trabalho será mais respeitado e, por isso, o BE vai votar a favor na generalidade“, afirmou.
A dirigente e deputada bloquista elencou diversas vantagens conseguidas na discussão do OE 2017, destacando o aumento das pensões e das prestações sociais, especialmente o abono de família, bem como o final da sobretaxa de Imposto sobre o Rendimento Singular (IRS), num total de 953 milhões de euros de reposição de rendimentos face a um aumento de impostos de 262 milhões de euros, concentrados no património de luxo (160 milhões de euros).
A proposta de lei do Governo socialista tem discussão e votação na generalidade agendada para as sessões plenárias de 3 e 4 de novembro, seguindo-se o processo de debate em sede de especialidade até à votação final global, novamente no hemiciclo de São Bento, a 29 de novembro.
A iniciativa do BE em Lisboa, intitulada “Que Orçamento do Estado para Portugal?“, reuniu cerca de 400, segundo a organização, e contou com a presença, entre outros, do porta-voz do PS, João Galamba, e do militante comunista e ex-deputado do PCP Eugénio Rosa.
PS espera o mesmo de PCP e PEV
A secretária-geral-adjunta do PS considerou este domingo “natural” o anúncio de voto favorável na generalidade à proposta de lei de OE 2017 pelo BE, mostrando-se “convencida” de que PCP e PEV terão a mesma atitude.
“Com a naturalidade de quem esteve de forma séria e muito transparente a negociar as metas orçamentais que temos de cumprir e os compromissos com os nossos eleitores e parceiros. Por isso, é natural que o voto anunciado pela líder do BE seja favorável”, disse Ana Catarina Mendes à Lusa, no XIII Congresso da corrente socialista da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional (CGTP-IN), em Lisboa.
“Estou convencida de que, depois dos acordos que todos celebrámos há um ano atrás, estando a ser cumpridas todas as suas metas, estou absolutamente convencida do voto favorável do BE, do PCP e também do PEV“, afirmou a deputada do PS.
“Estão criadas as condições para o OE 2017 ser um orçamento que vai ao encontro dos compromissos do PS com os seus eleitores, do país com as instâncias internacionais e do PS com os parceiros de Governo. Nesse sentido, a discussão vai decorrer normal e naturalmente no seio da Assembleia da República e estou absolutamente convencida de que os nossos parceiros estarão ao nosso lado neste orçamento”, reforçou Ana Catarina Mendes.
/Lusa
OE 2017
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