Os Estados Unidos acusam o grupo terrorista de estar a usar civis como “escudos humanos” em Mossul, impedindo que as forças iraquianas avancem no terreno.
Questionado pelos jornalistas se os civis estão a ser usados pelo Daesh como barreira em Mossul, o representante do Pentágono e capitão Jeff Davis não tem dúvidas: “Absolutamente”.
“Estão a ser mantidos ali contra a sua vontade. Não vimos nenhuma mudança no último dia que indique que as pessoas estão a sair da cidade ou a fugir”, afirmou na terça-feira, citado pela BBC.
Moradores contactados pela Reuters contaram ainda que o grupo terrorista está a impedir as pessoas de fugir e colocou algumas em prédios estratégicos que podem ser alvo de ataques aéreos.
Há pelo menos 1,5 milhões de pessoas que permanecem na cidade iraquiana, com cinco mil extremistas prontos a enfrentar as forças iraquianas.
Agora, de acordo com novas informações divulgadas pelo ACNUR, 900 pessoas conseguiram entretanto fugir, cruzando a fronteira com a Síria, e estão agora num campo de refugiados.
Este é o primeiro grande grupo de civis que consegue escapar à cidade desde que, na segunda-feira, o Governo iraquiano anunciou a sua ofensiva para libertar Mossul do grupo terrorista.
Desde segunda-feira que as forças iraquianas tentam entrar na cidade, movendo-se pelo sul, enquanto que os aliados curdos avançam pelo leste. Estarão agora a 30 ou a 40 quilómetros da cidade.
A coligação internacional, liderada pelos Estados Unidos, confirmou que dez aldeias dos arredores já foram libertadas.
No entanto, é esperado que o progresso desta ofensiva seja lento, depois do comandante curdo Sirwan Barzani ter alertado que devem ser precisos dois meses até a conquista estar concluída.
Face à preocupação de que esta ofensiva pode provocar um êxodo em massa de civis, o Presidente Barack Obama já informou que há “planos e infraestruturas” no local para lidar com essa questão.
No entanto, e apesar das Nações Unidas estarem a trabalhar para ter centros de acolhimento fora da cidade, pode não ser suficiente.
De acordo com Lise Grande, coordenadora humanitária da ONU para o Iraque, para já só existe espaço para 200 mil pessoas.
A União Europeia também já avisou que esta ofensiva pode levar a que vários militantes do Daesh regressem à Europa.
O controlo dos terroristas na cidade já dura há mais de dois anos e Mossul é considerada a “capital do Califado”.
ZAP
O mesmo se passa em Alepo, na Síria, mas aí os EUA têm uma posição diametralmente oposta: apoiam os seus inimigos (Al-Qaeda e EI), a bem das boas relações com a Arábia Saudita, um regime obscurantista no qual os direitos humanos não são garantidos!
Tanta hipócrisia!
Por muito que tente entender o que se passa nesta guerra no Médio Oriente, em que tem vários protagonistas em confronto, cada vez entendo menos. Mas possivelmente é mesmo essa a intenção. Quando tudo fazia crer que a estratégia dos Estados “convencionais” era arrumar de uma vez por todas com os cães do Daesh, parece que afinal, o que está em causa, é a afirmação estratégica de cada estado na região. Há uma série de cumplicidades que não são estendíveis à luz do raciocínio do comum dos mortais. Lembram-se de a Turquia estar à beira de um conflito com a Rússia, motivado pelo abate de um avião russo, que supostamente teria entrado em espaço aéreo turco? – Passados dois ou três meses, parecem ser agora os maiores amigos do mundo … ainda bem, fico feliz por isso!
Também não entendo essa coisa de a Arábia Saudita ser o maior aliado do Daesh … afinal, eles estão na coligação ou no auto proclamado Daesh.
Por favor, alguém me explique estas e outras dúvidas que tenho, caso contrário, espero que Deus me leve antes que dê em doido-