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Um Big Brother secreto está a vigiar Baltimore a partir do ar

Bloomberg

Imagens recolhidas pelo sistema de vigilância aérea de Baltimore

Imagens recolhidas pelo sistema de vigilância aérea de Baltimore

A cidade norte-americana de Baltimore está a testar desde janeiro um sistema de vigilância aérea que transmite às autoridades imagens em tempo real para ajudar a combater a criminalidade.

De acordo com a Bloomberg, o dispositivo tem estado em funcionamento desde o início do ano em Baltimore, mas a polícia manteve o projeto em segredo – nem mesmo o Presidente da Câmara tinha conhecimento deste Big Brother, de acordo com o Guardian.

O sistema foi criado pela Persistent Surveillance Systems, com base em tecnologia desenvolvida para cenários militares.

O método consiste num avião com um módulo de múltiplas câmaras que registam imagens de alta resolução de toda a cidade, permitindo facilmente seguir o movimento de veículos e pessoas, o que já permitiu apanhar vários criminosos.

A resolução das imagens não permite identificar pessoas, apenas seguir as suas movimentações, algo que tem que ser feito de forma manual.

As imagens ficam armazenadas durante 45 dias, caso não sejam utilizadas para nenhuma investigação, e podem ser acedidas apenas pelos analistas da Persistent Surveillance Systems, que comunicam as suas conclusões a “investigadores, procuradores, advogados de defesa e magistrados”.

Todos os que têm acesso a estas imagens têm os seus passos guardados – “cada movimento do teclado e cada coordenada à qual fizeram zoom para espreitar mais de perto” -, e fazem-no, regra geral, quando existem alertas por parte da polícia ou com base em algoritmos.

O sistema levanta as óbvias questões de privacidade, mas também traz à baila protestos sobre tratamento diferenciado da polícia, em especial em caso de abusos.

Os entrevistados da Bloomberg recordam que as imagens das câmaras de vigilância nos edifícios da cidade não têm sido suficientes para esclarecer situações de abuso por parte da polícia, como o caso de Freddie Gray, que em abril de 2015 morreu durante o transporte numa carrinha da polícia.

No caso, que foi concluído há poucas semanas com a absolvição dos agentes envolvidos, o polícia terá conduzido a carrinha de forma brusca e violenta, deixando o detido com o pescoço partido – algo que poderia ter sido confirmado com a ajuda de um sistema deste género.

AF, ZAP / Os Velhotes dos Marretas

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