João Soares, ex-ministro da Cultura, diz que deixou o cargo para não prejudicar o governo, considerando que as “bofetadas” que prometeu a dois cronistas são “uma metáfora do mais ligeiro que é possível”.
As declarações foram feitas pelo actual deputado do PS na sua primeira entrevista, na RTP3, após a sua demissão do cargo de ministro da Cultura.
João Soares demitiu-se na sequência do polémico caso das bofetadas que prometeu, num post no seu Facebook, ao sociólogo Augusto M. Seabra e ao historiador Vasco Pulido Valente.
Na entrevista, João Soares diz que o “surpreendeu a reacção” ao seu texto no Facebook, considerando que a referência às bofetadas não passou de “uma metáfora do mais ligeiro que é possível”.
O antigo ministro ainda disse que foi “inacreditável” o mediatismo que o caso teve na comunicação social, realçando que se demitiu para não prejudicar o governo e pelo seu “desapego do poder”.
“Gostava muito de estar a trabalhar no Ministério da Cultura, mas sou um homem desapegado do poder. No momento em que senti que podia estar a prejudicar o Governo, saí”, diz Soares.
O ex-ministro garante que António Costa não o forçou a demitir-se. “Devo dizer-lhe uma coisa: o primeiro-ministro nunca me pôs a questão de eu me dever demitir”.
ZAP
O palhaço João Soares gosta muito de brincar. Claro está palhaço, aqui no sinto figurado, de alguém muito bem disposto e brincalhão. Sinceramente.
Será que o João Soares quer levar duas metáforas na cara? Mas ele sabe o que é uma metáfora?
Já tinha ouvido chamar à bofetada outros nomes, tais como: chapada, lambada, lampana, bulatada, pastilha, galheta, bilhete, bolacha, bolachada, estampilha e, até, sorvete, sardinha, sarda e solha, mas nunca metáfora. Certamente aprendizagem do tempo em que o paizinho, Mário Sempre Fixe Soares lhas aplicava. Metaforicamente falando, claro.
Pois foi pena de facto o senhor Soares não ter continuado como ministro da cultura porque à bofetada ele poria muita coisa no lugar que neste país vai mal e muito por culpa dos seus camaradas.
Quando uma ameaça de agressão descamba para o ridículo, a única explicação que o cobarde encontra, é dizer que tudo não passava de uma metáfora.
Nem diz o que sabe, nem sabe o que diz!
Reles politiqueiro…
Essas ridículas metáforas, retiraram-lhe o TACHO!
Está a escapar ao comentário uma subtileza do gene soarista no tratamento da difícil questão entre o sentido literal e o sentido figurado: é a ‘extrema ligeireza’ que ele atribui à metáfora escolhida para designar o elevado debate intelectual a que se propunha, no instante em que encontrasse os seus estimados interlocutores. O que acrescenta nova ambiguidade pelas areias movediças abaixo: refere-se ele à ligeireza do acto de metaforizar, seguida da ligeireza de voar do governo para fora, ou ao conteúdo ligeiríssimo de esbofetear teoricamente os seus concidadãos, sabido que é que ‘o português é uma língua muito traiçoeira’?