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Um pequeno animal paralisou a maior máquina do mundo

Iskulikov / Wikimedia

Uma pequena fuinha deitou abaixo o Grande Colisionador de Hadrões, e está agora no céu das fuinhas.

Uma pequena fuinha deitou abaixo o Grande Colisionador de Hadrões, e está agora no céu das fuinhas.

O aparelho mais caro do mundo foi danificado por um pequeno mamífero de 40cm. A tecnologia, apesar de todo o seu avanço, ainda não é capaz de lidar completamente com as manifestações da natureza.

Esta sexta-feira, o instrumento científico mais caro do mundo sofreu danos por causa de uma fuinha, que mordeu um cabo transformador de 66 mil volts e provocou um curto-circuito.

O aparelho em causa, o Grande Colisionador de Hadrões, ou LHC, é um acelerador de partículas instalado num túnel subterrâneo entre a França e a Suíça.

Com 27 quilómetros de extensão, o equipamento é usado para estudos em física de partículas, custou mais de 7 mil milhões de euros, levou 10 anos a construir, e é mantido pelo conceituado Centro Europeu de Pesquisas Nucleares, CERN.

A sua função é acelerar partículas até ao maior nível de energia possível, e fazê-las colidir, com o intuito de recriar as condições do inicio do Universo com a explosão do Big Bang.

Há três anos, o LHC foi usado para confirmar a existência do mítico Bosão de Higgs, também conhecido como a “partícula de Deus“, que, para os físicos, é considerada a chave-mestra da estrutura fundamental da matéria.

Maximilien Brice / CERN

O CERN e o acelerador LHC

O CERN e o acelerador LHC

No outro lado do ringue, uma fuinha, ou Martes foina, um mamífero mustelídeo de pequeno porte, pertencente ao grupo das martas. Mede 40 a 50cm – mais 25cm de cauda – e pesa entre 1,1 e 2,5 kg.

Segundo um documento interno publicado no site do CERN, a fuinha entrou nas instalações eléctricas do LHC, e roeu o cabo, recebendo uma descarga eléctrica de mais de 66 mil volts.

O pequeno animal morreu instantaneamente.

Na altura do incidente, o aparelho estava em funcionamento – o LHC estava a “aquecer os motores” para começar a sua tarefa de colidir partículas, depois de ter permanecido desligado durante o inverno.

De acordo com Arnaud Mersollier, porta-voz do CERN, o incidente não causou danos importantes no acelerador de partículas, mas a quebra de energia foi tão brutal que serão necessários alguns dias até que o Grande Colisionador de Hadrões volte a funcionar.

Marsollier afirmou, no entanto, que a fuinha não entrou nos túneis que compõem o laboratório – apenas acedeu a instalações eléctricas.

“O LHC foi desenhado, evidentemente, para lidar com cortes de energia”, garantiu Marsollier, citado pela NPR.

Segundo o porta-voz do CERN, o LHC deverá estar em pleno funcionamento em meados do mês de maio.

Não está previsto que o aparelho venha a ser usado para procurar as partículas que restaram do infeliz mamífero.

ZAP / Canaltech

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