O Facebook está a enfrentar nos Estados Unidos uma acção colectiva devido a acusações de que monitoriza as mensagens privadas dos utilizadores.
A acção, interposta num tribunal do norte do Estado da Califórnia, alega que quando os utilizadores da rede social partilham um link para outro site por meio de uma mensagem privada, o Facebook examina a mensagem para fazer um perfil da actividade do usuário na web.
Os responsáveis pela acção alegam que o Facebook intercepta estas mensagens sistematicamente para recolher dados dos utilizadores e lucrar ao ceder esses dados a anunciantes e empresas de publicidade que os agregam e sistematizam.
Por isso a acção exige, por cada utilizador monitorizado, o pagamento de 10.000 dólares, ou 100 dólares por cada dia em que o Facebook realizou as supostas violações de privacidade – o valor que seja mais elevado.
O Facebook, por sua vez, alega que as acusações “não têm mérito”.
“Vamos defender-nos vigorosamente”, informou a maior rede social do mundo.
Investigação independente
O processo cita uma investigação independente que alega ter descoberto que o Facebook analisa o conteúdo das mensagens privadas dos utilizadores “para propósitos não relacionados com a facilitação da transmissão da mensagem”.
Segundo o processo, citado pela BBC, pelo facto de os utilizadores acreditarem que estão “a comunicar num serviço livre de vigilância, é provável que eles revelem fatos sobre si próprios que não revelariam se soubessem que o conteúdo estava a ser monitorizado”.
“Assim, o Facebook posicionou-se de forma a adquirir partes dos perfis dos usuários que provavelmente não estariam disponíveis para outros agregadores de dados.”
Mas nem todos criticam a postura do Facebook ao examinar as mensagens privadas dos utilizadores.
O especialista em segurança Graham Cluley escreveu no seu blog que se o site não examinasse os links partilhados nestas mensagens, o Facebook estaria a fracassar no “dever de cuidar” dos utilizadores.
“Se não se analisar de forma apropriada os links, há um risco muito real de que spam, fraudes, ataques do tipo phishing e URLs de conteúdo criminoso criado para infectar os computadores com malware possam aumentar.”
Políticas de privacidade
Esta não é a primeira vez que o Facebook é criticado devido às suas políticas de privacidade.
Em setembro de 2013, a rede social foi criticada devido a uma proposta de mudança na sua política que iria permitir que fossem criados anúncios publicitários usando nomes e fotos de perfil dos usuários.
A companhia alegou que esta proposta apenas tornava mais clara a linguagem da sua política de privacidade e não fazia nenhuma mudança concreta nesta política.
O Facebook prometeu mudar as palavras usadas na sua política de privacidade depois de um processo de 2011 que resultou no pagamento de 20 milhões de dólares para indemnizar utilizadores que alegaram que os seus dados foram usados pela rede social sem que eles tivessem dado permissão explícita para isso.
ZAP / BBC
1° Se os utilizadores do face book escarrapacham lá toda a sua vida privada, do que têm que se queixar?
2° Se o governo americano dá o exemplo, porque é que as empresas e particulares têm de proceder diferentemente?
3° Porque é que eu estou comentando, se a minha opinião desaparece no nada?