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Mais 40 dias de lockdown. Em Inglaterra, as escolas só abrem a 8 de março (ou talvez mais tarde)

Depois de confinamento inglês não estar a dar resultados, o Governo não conseguiu cumprir o que tinha prometido: o recomeço das aulas presenciais em fevereiro. Sabe-se agora que as escolas devem abrir a 8 de março, mas o prazo ainda pode voltar a estender-se. Associações de professores pedem o fim das falsas esperanças.

A esperança era de que Boris Johnson anunciasse o regresso às escolas, mas a situação pandémica do país não o permite. O quadro negro em que Inglaterra se encontra vai obrigar ao encerramento dos estabelecimentos de ensino pelo menos até 8 de março.

“A reabertura das escolas será a prioridade nacional e o primeiro sinal de que a normalidade está a voltar. O confinamento não vai continuar nem mais um dia além do necessário, mas não podemos ser condescendentes cedo demais, porque arriscamos colocar o nosso serviço nacional de saúde sob ainda maior pressão”, referiu Johnson na Câmara dos Comuns.

Os membros do seu próprio Partido Conservador e os da oposição trabalhista têm pressionado o primeiro-ministro para se conhecerem mais detalhes sobre o tempo que ainda vai durar o confinamento imposto no início de janeiro.

Esta quarta-feira todos tiveram uma resposta: pelo menos mais 40 dias, já que as escolas, não abrem até março e antes das escolas não abre nada, esclareceu o primeiro-ministro.

De acordo com o Governo britânico, a vacina ainda não justifica uma alteração de comportamentos, uma vez que “neste momento, não temos dados suficientes que nos permitam avaliar o impacto da vacina na redução de transmissão do vírus, nem até que ponto a vacina pode reduzir as hospitalizações e mortes, nem a rapidez a que o binómio vacina mais confinamento pode reduzir a pressão nos serviços de saúde”, disse Johnson.

O Reino Unido ultrapassou na terça-feira a marca das 100 mil mortes, um dia que foi assinalado pelos jornais com fotografias de alas hospitalares completamente cheias e com fotografias do próprio primeiro-ministro com um ar taciturno.

Segundo Johnson, dia 8 de março o Governo já terá informação suficiente para decidir sobre o eventual regresso às aulas presenciais: “Aí já saberemos quantas pessoas ainda estão no hospital com covid-19, algo que hoje não podemos prever com o mínimo de precisão. Estaremos em posição de conseguir traçar um mapa para o desconfinamento, sem arriscarmos novas vagas que possam soterrar o serviço nacional de saúde”.

Esta data marca também o dia em que os especialistas em saúde pública que monitorizam a taxa de vacinação pensam ter já informações concretas sobre o nível de imunidade dos quatro principais grupos de risco, que devem receber a segunda dose da vacina até 15 de fevereiro, sendo preciso esperar depois as tais três semanas para avaliar a imunidade.

No entanto, as diversas associações e sindicatos de professores e funcionários escolares continuam a reforçar a necessidade de que as crianças estejam envolvidas em ambiente escolar presencial o máximo de tempo possível, já que não só a aprendizagem é muito mais eficaz como também o desenvolvimento psicológico dos mais novos pode sofrer com o isolamento e com a falta de contacto com outras crianças.

Ainda assim, a maioria concorda que os níveis de contágio não permitem o normal funcionamento das escolas.

“Todos concordam que fazer regressar as crianças às aulas o mais rápido possível é absolutamente vital, mas isso claramente não pode ser apressado em circunstâncias tão desesperantes como as que vivemos, e entendemos que o governo tenham decidido estender as restrições”, disse Geoff Barton, secretário-geral da Associação de Diretores Escolares, ao The Guardian.

As “falsas esperanças” de um regresso aos dias normais está a preocupar várias associações. A secretária-geral adjunta do Sindicato Nacional de Profissionais da Educação, Mary Bousted, não poupou críticas às ações de Boris Johnson: “O primeiro-ministro pode até estar imune ao constrangimento das suas constantes reviravoltas de opinião, mas quem dirige as escolas, tal como os professores e todos os auxiliares de educação, disse a responsável, citada também pelo  The Guardian.

China inicia testes por via anal

A China começou a fazer testes anais para detetar covid-19 em pessoas que são consideradas de risco, anunciou esta quarta-feira o canal estatal CCTV. O método começou a ser usado na semana passada pelas autoridades de saúde chinesas em Pequim, em cidadãos que residem em bairros com casos confirmados. Além disso, as pessoas em zonas próprias de quarentena também realizaram testes via anal.

Os testes deste tipo “podem aumentar a capacidade de deteção de pessoas infetadas”, dado que os vestígios do vírus ficam mais tempo no anus do que no trato respiratório”, explicou Li Tongzeng, médico do Hospital de Youan, na capital chinesa, à CCTV.

Dado o ritmo com que estão a ser confirmadas novos casos em todo o mundo, o país está em alerta máximo no sentido de conter a transmissão doméstica do vírus: Pequim, por exemplo, proibiu a chegada de habitantes em zonas consideradas de médio ou alto risco a partir de quinta-feira, devido às comemorações do Ano Novo chinês, refere o Expresso.

Ana Moura, ZAP //

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