Quase mil cancros da mama, do colo do útero e colorretal não foram diagnosticados nos últimos oito meses devido à covid-19, estima a Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) que apontas “falhas na operacionalização” dos cuidados de saúde.
O presidente da LPCC, Vítor Rodrigues, disse à Lusa que os rastreios do cancro da mama baixaram e os do colo do útero e colorretal “estão praticamente parados”.
O resultado, segundo estima a LPCC, é que quase mil cancros da mama, do colo do útero e colorretal não foram diagnosticados nos últimos oito meses por causa da pandemia da covid-19.
Ainda de acordo com Vítor Rodrigues, há “falhas na operacionalização” dos cuidados de saúde, com as consultas nos centros de saúde a não serem feitas na presença de um médico, o que permitiria dar a primeira referenciação da doença com a prescrição de um exame de diagnóstico perante um sintoma suspeito e após a observação do utente.
“Se o diagnóstico está a falhar, porque não há requisição de exames, vai haver impacto a prazo”, afirmou, assinalando que o cancro é tanto mais tratável quanto mais precocemente for diagnosticado.
Em comunicado, a LPCC avisa que “o combate ao cancro deve ser uma prioridade contínua, que não pode ficar em segundo plano face à pandemia da covid-19″.
“Não estão a resolver-se problemas concretos, depois acumulam-se todos”, ironizou Vítor Rodrigues, exemplificando que, não sendo possível rastrear num dia 100 pessoas, rastreiam-se 50.
E se as consultas médicas não podem ser dadas num centro de saúde, porque está fechado devido a um surto, deve ser providenciado um espaço alternativo, como um pavilhão municipal, sugeriu o dirigente da Liga Portuguesa Contra o Cancro.
ZAP // Lusa
Coronavírus / Covid-19
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