As novidades nas nossas vidas já tinham começado em 2020 mas este ano reforçou a lista. E é complicado fazer previsões.
Uma doença que vai “fechar” o mundo? No século XXI? Nunca.
Uma guerra entre dois países na Europa, em 2022? Nunca.
Se calhar…
As surpresas a nível global já arrancaram em 2020. Para muitos chineses, ainda no final de 2019, quando o senhor coronavírus começou a matar muitas pessoas. E as que ficaram vivas, ou ficaram doentes, ou viram-se fechadas em casa durante muito tempo. Na China e em dezenas de países.
Por cá também sentimos isso e por cá também reinou uma primeira reacção de surpresa.
Com tantos avanços na medicina, na higiene e nos cuidados de saúde pública, ninguém imaginava que um vírus iria alterar o dia-a-dia dos terrestres. Ninguém pensava nisso. Excluindo Bill Gates.
A pandemia não foi embora mas suavizou. Em 2022 o panorama já era claramente mais animador, menos alarmista. Era e é.
Guerra
Até que, no dia 24 de Fevereiro, começou a guerra na Ucrânia.
Um choque para muita gente. Um choque para a maioria dos políticos alemães, sublinha a Deutsche Welle. Na Alemanha acreditava-se que as múltiplas relações económicas com os russos seriam sinónimo de paz eterna. Não eram.
Afinal, Vladimir Putin ordenou mesmo que a Ucrânia fosse invadida e, agora, as cadeias de produção e de distribuição estão a ser seriamente afectadas. “Temos que repensar toda a estrutura de comércio e cooperação internacional construída durante as últimas décadas”, escreve Thomas Milz.
Mas há mais: poderá haver novo “choque” chamado China.
Uma nova realidade que, por outro lado, originou um novo espírito de unidade e de cooperação na Europa e energiza a cooperação. A União Europeia está mais jovem.
Eleições
Poderão surgir mais surpresas em breve, a nível político, em França, no Brasil e nos Estados Unidos da América.
Emmanuel Macron e Marine Le Pen são os candidatos à presidência de França. Macron venceu a primeira volta mas o duelo na segunda volta, daqui a pouco mais de uma semana, deverá ser renhido; e Le Pen poderá surpreender e vencer.
Em Outubro será a vez de se realizar um acto eleitoral no Brasil. Lula da Silva ou Jair Bolsonaro? É difícil prever, num acto eleitoral que até poderá ter observadores da União Europeia. E Lula ainda nem é candidato presidencial, oficialmente…
Mais à frente, perto do final do ano, nos EUA haverá as habituais eleições a meio de um mandato presidencial, para escolher os novos elementos na Câmara dos Representantes e no Senado – os dois órgãos legislativos que compõem o Congresso dos EUA. Poderá haver vitória do Partido Republicano (o partido de Donald Trump).
Economia e futebol
Num ano em que se previa estabilização na economia, a inflação em Portugal registou em Março números que não se viam desde 1994. E, pela primeira vez nos últimos seis anos, a taxa Euribor a 12 meses está acima de zero.
O desporto, mais concretamente o futebol, não foge da lista de possíveis surpresas. O artigo de Thomas Milz fecha com o surpreendente afastamento precoce do Bayern Munique da Liga dos Campeões e já se lança o Mundial 2022: teremos (nova) surpresa?