Instituto Nacional de Estatística confirmou o valor mais elevado desde Junho de 1994, na altura ainda com Cavaco Silva como primeiro-ministro.
Já se anunciava, agora saiu a contabilidade oficial: a variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor fixou-se nos 5,3%, no mês passado.
Março de 2022 regista assim a inflação mais alta em Portugal desde Junho de 1994, recorda o Instituto Nacional de Estatística, nesta terça-feira.
A guerra na Ucrânia fez aumentar consideravelmente os preços em praticamente todos os sectores. Basta verificar que a inflação era de 4,2% em Fevereiro e 3,3% em Janeiro.
Ou seja, em apenas dois meses, a inflação em Portugal subiu dois pontos percentuais.
Tal como já tinha recordado o jornal Expresso, a última vez em que se registaram números tão elevados foi no Verão de 1994, no período marcado pelo protesto histórico na Ponte 25 de Abril, ainda sob o Governo liderado por Cavaco Silva.
No entanto, há uma diferença importante entre o cenário actual e o de há 28 anos: na altura, a inflação (que chegou a ser de 10%) estava a descer; agora está a subir e não deve parar de subir, nos próximos meses, por causa das consequências da guerra.
Voltando aos números de 2022, o Instituto Nacional de Estatística revela que o índice produtos alimentares não transformados e energéticos subiu 0,6 pontos percentuais, passando para 3,8%.
O índice relativo aos produtos energéticos aumentou para 19,8%, o valor mais alto desde Fevereiro de 1991.
E ainda mais um recorde: o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor português apresentou uma variação homóloga de 5,5%, o valor mais elevado registado desde o início deste índice, em 1996.