A linha SNS 24 já recebeu 20 chamadas de pessoas informadas através da aplicação StayAway Covid de terem estado em contacto com alguém infetado.
A aplicação Stayaway Covid, que permite rastrear as redes de contágio do novo coronavírus, foi lançada há uma semana, a 1 de setembro, e as chamadas de contactos identificados através do novo sistema já começaram a chegar à linha de saúde nacional.
“Houve 20 pessoas que, desde o início do projeto, ligaram ao SNS 24, dizendo que a aplicação os notificou que tinham tido um contacto de risco”, disse esta terça-feira à Lusa o presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), Luís Goes Pinheiro.
Na última semana, foram também nove os doentes que introduziram na aplicação o código que permite alertar as pessoas com quem estiveram nos 14 dias anteriores.
Para Luís Goes Pinheiro, a possibilidade de estabelecer de forma rápida as redes de contágio é a principal vantagem desta ferramenta, desde logo porque permite às pessoas saber se estiveram em contacto com algum doente, informação que, de outra forma, poderiam nunca chegar a receber.
“Nós não sabemos quem são as pessoas que vão connosco num transporte público, que estiveram connosco num supermercado ou com quem nos cruzamos no dia a dia”, explicou.
Por outro lado, Luís Goes Pinheiro considera que a Stayaway Covid não deve ser vista como um fator adicional de ansiedade, mas antes o contrário. “As pessoas não têm que ficar ansiosas por usar uma ferramenta que serve para as ajudar, informando-as de que foram um contacto, e para lhes permitir que possam ajudar os outros”, sublinhou, considerando que a aplicação deve ser vista antes como um complemento importante.
Ao final da manhã desta terça-feira, a aplicação Stayaway Covid já tinha sido descarregada em 684.795 telemóveis, um número que para o responsável pelos serviços partilhados da Saúde reflete uma positiva tendência de crescimento. “Eu diria que é promissor o caminho que tem sido seguido e aquilo que vemos é que todos os dias temos mais downloads do que tínhamos no dia anterior e isso é muito estimulante”, referiu.
Questionado sobre qual seria o número ideal de utilizadores da aplicação que, como admitiu, depende da adesão das pessoas, o presidente do SPMS considerou que “não há um número ideal”. Reiterando a ideia de que “quantos mais melhor”, Luís Goes Pinheiro acrescentou que, por outro lado, importa também o tipo de pessoas que utiliza o sistema.
“Um sistema desta natureza é especialmente valioso no caso das pessoas que têm uma mobilidade grande, que contactam com muita gente”, explicou, apelando, em particular, para os estudantes universitários, que além de cumprirem o critério da mobilidade, têm facilidade em utilizar smartphones.
O responsável acrescentou ainda que, apesar de o número de utilizadores ainda representar uma minoria entre a população, a aplicação já demonstrou que valia a pena, pelo número de contactos que já permitiu identificar.
ZAP // Lusa
Coronavírus / Covid-19
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