O Conselho de Ministros vai reunir-se esta sexta-feira para avaliar as medidas da primeira fase de desconfinamento e tomar decisões relativamente à segunda fase.
Dez dias depois do início do desconfinamento em Portugal, ainda não é possível avaliar o impacto do alívio de restrições porque ainda não decorreu tempo suficiente. No entanto, o país já se prepara para a próxima fase, que inicia já na próxima segunda-feira, com o regresso às escolas do 11.º e 12.º anos e creches e a reabertura de cafés e restaurantes.
Além de serem precisos 14 dias para avaliar o impacto do desconfinamento (só passaram nove dias), os portugueses também estão a mostrar alguma resistência em sair de casa.
À saída da reunião que juntou técnicos de saúde, líderes partidários e as mais altas figuras do Estado, Marcelo Rebelo de Sousa assumiu que o país vai avançar para a segunda fase do desconfinamento sem um retrato aproximado da realidade.
“Não passaram ainda 15 dias, o que significa seis dias de incubação e oito dias de comunicação, de reporte às autoridades sanitárias”, reconheceu o Presidente da República, citado pelo semanário Expresso.
Apesar de o Governo se ter comprometido a fazer avaliações quinzenais antes de decidir novos passos, desta vez não o conseguirá fazer antes de abrir a segunda fase.
Além disso, o Público avança que só ficou marcada uma nova reunião no Infarmed para dia 28 deste mês – altura em que já que consegue fazer a análise de dados concretos do desconfinamento. Contudo, a segunda fase tem data marcada para dia 18.
Na reunião desta quinta-feira, sabe o Expresso, o Governo assegurou que estão garantidas todas as condições de segurança necessárias para a reabertura de escolas e creches, mas o facto de não haver segurança científica para suportar a decisão é um risco.
Ricardo Batista Leite, do PSD, disse que “estamos no fio da navalha”. A taxa média de contágios é superior a 1 em algumas regiões, como Lisboa e Vale do Tejo, e 0,91 no Norte do país, mas se o R começar a aumentar é preciso cautela. No fundo, o surto está aparentemente controlado, mas a situação é frágil.
André Ventura também criticou o desfasamento de datas entre a confirmação da avaliação da primeira fase e o início da segunda. No final da reunião, o deputado único do Chega argumentou que, nestas circunstâncias, o “risco é desmesurado”, pedindo um ajustamento do calendário para permitir que a decisão política seja secundada pela informação científica.
Esta sexta-feira, o Conselho de Ministros vai reunir-se para avaliar as medidas da primeira fase de desconfinamento e tomar decisões relativamente à segunda fase.
A partir de dia 18 de maio poderão abrir as lojas de rua, ou partes delas, com dimensão até 400 metros quadrados e os cafés, restaurantes, pastelarias e respetivas esplanadas deverão voltar a funcionar.
Também deverão reabrir os museus, monumentos e palácios, galerias de arte e similares. No mesmo dia, os alunos dos 11.º e 12.º anos voltam às escolas, com aulas entre as 10h00 e as 17h00, as crianças mais pequenas voltam às creches (com opção de apoio à famílias) e reabrem os equipamentos sociais de apoio à deficiência.
Coronavírus / Covid-19
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