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Ministério Público quer interrogar gémeos iraquianos por tentativa de homicídio

(cv) SIC

Os filhos do embaixador do Iraque em Portugal deram uma entrevista à SIC para contar a sua versão dos factos

Os filhos do embaixador do Iraque em Portugal deram uma entrevista à SIC para contar a sua versão dos factos

O Ministério Público quer ouvir os dois filhos do embaixador do Iraque enquanto arguidos, na sequência das agressões a um jovem de 15 anos em Ponte de Sor, Portalegre.

O Ministério Público quer interrogar os dois filhos do embaixador iraquiano na qualidade de arguidos, por considerar “essencial para o esclarecimento dos factos”.

“Face aos elementos de prova já recolhidos, na sequência de diligências de investigação efetuadas, considera-se essencial para o esclarecimento dos factos ouvir, em interrogatório e enquanto arguidos, os dois suspeitos, que detêm imunidade diplomática”, pode ler-se numa nota emitida na tarde desta quarta-feira, citada pelo jornal Público.

“Em causa estão factos suscetíveis de integrarem o crime de homicídio na forma tentada“, acrescenta-se.

Por isso, a Procuradoria-Geral da República já confirmou que o Ministério dos Negócios Estrangeiros vai pedir o levantamento da imunidade diplomática dos gémeos iraquianos.

“Foi já convocado o Encarregado de Negócios do Iraque para uma reunião amanhã [esta quinta-feira] no Ministério dos Negócios Estrangeiros, durante a qual será transmitido o pedido de levantamento da imunidade diplomática dos filhos do Embaixador do Iraque para os efeitos descritos na Nota para a Comunicação Social acabada de circular pelo Gabinete da Procuradora-Geral da República”.

Os gémeos de 17 anos são os principais suspeitos de terem agredido Rúben Cavaco na passada quarta-feira, em Ponte de Sor, no distrito de Portalegre.

O jovem de 15 anos já saiu dos cuidados intensivos do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, mas continua com prognóstico reservado.

“Encontra-se agitado e nalgumas alturas parece que está pior. (…) Não se consegue situar bem, nem coordenar as palavras e o pensamento”, explica o advogado da família, Santana-Maia Leonardo.

Os jovens iraquianos afirmaram na segunda-feira, em entrevista à SIC, que colaboraram com a polícia sem terem invocado imunidade diplomática e que vão permanecer em Portugal até à resolução da questão.

“Não diria que estamos acima da lei, porque respeitamos todos os procedimentos policiais, ainda que não o tivéssemos de fazer, poderíamos ter invocado imunidade diplomática e não teríamos de responder a qualquer interrogatório ou investigação”, sublinhou um dos filhos do embaixador iraquiano.

“Obviamente, continuamos aqui. Esperamos que esta situação se resolva. (…) Até que a situação se resolva não vamos a lado nenhum”, assegurou.

Os dois rapazes suspeitos da agressão são filhos do embaixador iraquiano, Saad Mohammed Ali.

ZAP

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