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EUA “profundamente perturbados” com agressão de polícia israelita a adolescente americano

Família Abukhdeir / electronicintifada.net

Tariq Abu Khder, o jovem palestiniano agredido pela polícia israelita

Tariq Abu Khder, o jovem palestiniano agredido pela polícia israelita

Os Estados Unidos mostraram-se hoje “profundamente perturbados” com as notícias que dão conta que um adolescente norte-americano terá sido “brutalmente agredido” pela polícia israelita, numa altura em que aumentou a tensão entre Israel e a Palestina.

Os pais de Tariq Abu Khder, um adolescente de 15 anos, primo do jovem palestiniano morto no início desta semana, disseram à Agência France Presse (AFP), que o seu filho foi preso em Shafat, depois de ter sido espancado na quinta-feira, pela polícia, durante umas férias naquela zona.

A porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Jen Psaki, afirmou que os Estados Unidos “condenam veementemente qualquer uso excessivo da força”, referindo-se ao alegado espancamento do adolescente. Há três dias consecutivos que ocorrem confrontos entre palestinianos e as forças de segurança de Israel.

U.S. Department of State / Flickr

A porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Jen Psaki, com o Secretário de Estado, Jim Kerry

A porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Jen Psaki, com o Secretário de Estado, Jim Kerry

Os confrontos foram motivados pela morte do primo de Tariq, Mohammed Abu Khder, de 16 anos, que foi queimado vivo, depois de ser sequestrado, segundo os primeiros relatórios da autópsia divulgados hoje pelos meios de comunicação social da Palestina.

Os palestinianos acreditam que Mohammed Abu Khder foi assassinado como vingança pelo rapto, a 12 de junho, no sul da Cisjordânia, e assassinato de três adolescentes israelitas. Israel acusa o Hamas de ter sequestrado e assassinado os três jovens, mas o grupo islâmico nega as acusações.

A porta-voz do Departamento de Estado norte-americano confirmou que Tariq ainda está detido em Jerusalém, tendo já sido visitado por um representante do consulado norte-americano da capital declarada de Israel.

“Estamos profundamente perturbados com os relatos que dão conta de que Tariq foi brutalmente agredido enquanto estava detido”, refere um comunicado hoje divulgado pelo Departamento de Estado, assinado por Jen Psaki. Os Estados Unidos, refere a mesma nota, “pedem uma investigação célere, transparente e credível e a responsabilização por qualquer uso excessivo da força”.

Nos últimos dias aumentou também o lançamento de ‘rockets’ sobre Israel, a partir da Faixa de Gaza, aumentando o receio de uma escalada de violência com o movimento islamita Hamas, que controla aquele enclave.

“Reiteramos a nossa preocupação com o aumento dos incidentes violentos e apelamos a todas as partes para que tentem restaurar a calma e evitem provocar danos em inocentes”, pode ainda ler-se no comunicado.

 

No Youtube foi partilhado um vídeo no qual é possível ver-se o que parecem ser polícias israelitas a baterem e pontapearem uma pessoa algemada e semi-inconsciente, que alegadamente será Tariq, antes de a levarem para outro local.

Os pais de Tariq, que o viram num hospital israelita, afirmaram ter-lhes sido dito que o filho foi preso por estar mascarado.

O porta-voz da polícia israelita, Luba Samri, não soube confirmar se seria Tariq no vídeo divulgado no Youtube, mas confirmou que as imagens são da detenção de um grupo de seis palestinianos, do qual Tariq fazia parte. O ministro da Justiça de Israel, por outro lado, disse que o vídeo está a ser investigado.

Luba Samri diz que Tariq, que atacou polícias e resistiu à detenção, tinha na sua posse uma funda.

O porta-voz afirmou ainda que os outros jovens tinham atirado pedras e cocktails Molotov, tendo ferido seis agentes. Tariq deverá ser ouvido num tribunal de Jerusalém no domingo.

/Lusa

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