O físico Edward Teller queria dissuadir os outros países de usar a força através da criação de uma “bomba do juízo final”. Mas a arma mais poderosa alguma vez concebida, uma “matrioska de bombas nucleares”, nunca chegou a ser construída.
A corrida frenética para construir bombas cada vez mais letais após a Guerra Fria levou os EUA, há 70 anos, a lançar o projeto Sundial — a arma mais poderosa alguma vez concebida.
No papel, a Sundial tem uma potência equivalente a 10 mil milhões de toneladas de TNT, um poder destrutivo nunca antes visto, conta o El Confidencial.
O jornal espanhol acrescenta que, apesar das muitas conspirações e do secretismo que envolve o projeto, a Sundial poderia ter um peso de cerca de 2000 toneladas e uma potência semelhante à de uma bomba de hidrogénio — que pode ser 1000 vezes mais potente do que a bomba de Hiroshima — mas a uma escala muito maior, como sugere o canal de YouTube Kurzgesagt.
No papel, esta bomba, projetada nos anos 50 (em plena Guerra Fria) pelo físico Edward Teller, seria a mais potente alguma vez pensada, capaz de destruir toda a vida à face da Terra — suficientemente temível para dissuadir os outros países de recorrer à força, com medo da retaliação.
Mas tudo isto ficou no papel. Depois de alguns testes e desenhos preliminares, o projeto foi abandonado, e ainda hoje, dezenas de anos depois, pouco se sabe sobre este misterioso plano americano.
O Sundial (que traduzido à letra significa relógio de sol), foi um megaprojeto dos EUA que surgiu no contexto de corrida nuclear entre os americanos e a URSS.
Durante a Guerra Fria, o arsenal nuclear mundial chegou mesmo a contar com mais de 70 mil bombas nucleares, espalhadas por submarinos, silos e bases militares.
Mas esta bomba especial era tão grande que o El Confidencial se refere a ela como “a bomba do dia do juízo final”.
A bomba teria uma estrutura conhecida como “boneca russa nuclear”: uma espécie de mecanismo em camadas de bombas mais pequenas dentro de uma estrutura ainda maior que lhe conferiria uma enorme potência.
A primeira explosão da Sundial libertaria raios X que gerariam, ao se transferidos par ao núcleo de fusão, uma reação tão poderosa que poderia criar uma bola de fogo com 50 quilómetros de diâmetro.
O impacto faria com que a atmosfera fosse projetada para o espaço e tudo o que se encontrasse num raio de 400 quilómetros seria transformado em cinzas.
Para além da radioatividade, haveria outras consequências extremas a longo prazo: a nuvem bloquearia a luz solar e provocaria um inverno nuclear, conta o jornal espanhol.
“Apesar do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), assinado em 1968 por 191 Estados membros, há outros, como a Índia, o Paquistão, Israel e a Coreia do Norte, que não assinaram ou se retiraram do tratado“.
É por isso que, explica o El Confidencial, ainda vivemos um perigo de guerra nuclear. Países como os EUA continuam a investir na frota nuclear, e a China poderá mesmo ter mais de 1000 armas nucleares prontas para serem utilizadas até 2030.
Entretanto, continuam a existir no mundo cerca de 12 mil bombas nucleares, o suficiente para destruir várias vezes a civilização humana.