/

Ouro caiu, mas bate recordes (e está a perder para metais mais baratos)

O ‘amarelo’ está em alta, apesar da ressaca pós-eleições dos EUA — e outros metais, mais baratos, estão a aproveitar a deixa.

A crescente valorização do ouro — bate recordes todos os meses — está a mudar os mercados.

Apesar de não cair tanto num pós-eleições desde os tempos de Ronald Reagan, segundo o Negócios, continua a posicionar-se como líder.

Mas a constante escalada dos preços deste metal tão precioso levou, no decorrer de 2023, à sua substituição crescente por alternativas mais económicas, como a prata, em aplicações onde tal é possível.

Esta tendência está a refletir-se especialmente na joalharia, onde os custos elevados impactam diretamente os consumidores e fabricantes.

Mas até que ponto é que o ouro é substituível?

O luxuoso ‘amarelo’ desempenha um papel fundamental em diversas áreas do quotidiano. Além do seu valor como ativo-refúgio para investidores, destaca-se não só na joalharia, mas também em aplicações industriais. Com propriedades únicas – como a alta maleabilidade, ductilidade e excelente condutividade elétrica –, o ouro é amplamente utilizado em setores tecnológicos, aeroespaciais e médicos.  Encontra-se em circuitos eletrónicos, visores de trajes espaciais, próteses dentárias e medicamentos para tratar inflamações e artrite reumatoide.

A sua natureza escassa torna-o particularmente valioso. Todo o ouro extraído ao longo da história, estimado em 213 mil toneladas, caberia num edifício de 22 metros de altura. Felizmente, é reciclável.

A subida acentuada dos preços este ano, apesar de flutuações recentes, tem promovido alterações no mercado.

“A maioria do ouro é usado na joalharia ou em barras/moedas. A sua aplicação industrial é mais limitada (7%) e a quantidade usada é pequena. Ainda assim, temos observado uma constante substituição do ouro por outros metais quando isso é possível”, explica ao Jornal de Negócios Giovanni Staunovo, estratega do UBS.

Projeções de longo prazo sugerem que o ouro pode atingir valores superiores a 10.000 dólares por onça. Caso essa previsão se concretize, a tendência de substituição poderá intensificar-se, com produtos de luxo a recorrerem a materiais alternativos.

ZAP //

Siga o ZAP no Whatsapp

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.