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Vírus gigantes nas águas da Índia podem resolver mistério evolutivo

Uma equipa liderada por cientistas do Instituto Indiano de Tecnologia em Bombaim descobriu mais de 20 novos vírus nas águas da cidade, incluindo versões gigantes destes agentes biológicos que podem ajudar a desvendar questões importantes e atuais no campo da genética.

Na investigação, levada a cabo durante cinco anos, os cientistas analisaram a águas residuais e pré-filtradas nesta cidade indiana e encontraram variantes destes vírus batizados como mega vírus Powai Lake, Mimivirus Bombay, Kurlavirus e mega vírus Bandra, sendo este último o maior dos vírus gigantes já encontrados na Índia.

Para a descoberta, os cientistas recorreram a novos métodos de análises de amostras biológicas e análises de dados, incluindo medições do mega vírus Bandra, que os cientistas determinaram ter uma espessura de 465 nanómetros. Esta espessura, apesar de ser inferior à das bactérias e centenas de vezes menor do que a espessura de um fio de cabelo humano, é dezenas de vezes maior do que a dos outros vírus comuns.

Apesar dos novos organismos encontrados, o interesse da equipa reside na perspetiva genética, uma vez que desde a descoberta do primeiro espécie (1992)  descobriu-se que os vírus gigantes têm traços do genoma das bactérias, eucariontes e outros vírus. Esta diversidade genética observada nos novos organismos poderia ajudar a determinar de que forma se transmite o ADN entre os organismos complexos e como evoluíram a partir de formas de vida mais simples.

Anirvan Chatterjee, um dos líderes do estudo, especificou que os genes que codificam as proteínas mais importantes para os vírus foram encontrados principalmente na parte central do seu genomas, enquanto que as suas extremidades alojam genes menos importantes. Esta particularidade foi também observada em vírus gigantes noutras parte do mundo, mas o caso da Índia tem algumas particularidades.

“Embora o genoma ou o material genético total no mega vírus Bandra e no mega vírus Powai Lake seja semelhante, a sua organização é diferente“, explicou Chatterjee, em declarações à India Science Wire.

O estudo, cujos resultados foram esta semana publicados na revista especializaa Scientific Reports – sustenta a teoria de que existem vírus gigantes em todas as partes do mundo. No entanto, escreveram os cientistas “não há evidências suficientes para sugerir que estes microrganismos estão diretamente relacionados com infeções em humanos”, apontou.

ZAP //

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