Vinte das pessoas repatriadas por França, que chegaram este domingo a Marselha provenientes da cidade chinesa de Wuhan, foco do surto de coronavírus que nas últimas semanas alastrou na China, vão realizar exames médicos de imediato, já que apresentam sintomas de um possível contágio.
A ministra da Saúde francesa, Agnes Buzyn, explicou que os passageiros que apresentaram sintomas de um possível contágio vão ficar na pista da base aérea “sob vigilância de médicos militares” até que cheguem os resultados dos exames. Entre as 20 pessoas estão franceses e cidadãos não europeus, acrescentou a ministra.
Se os resultados forem positivos, os doentes serão imediatamente encaminhadas para um hospital, referiu ainda a ministra da Saúde francesa. Até ao momento, há seis casos confirmados de infeção por coronovírus em França.
Em caso de resultado negativo, os repatriados serão transportados para um centro de férias na região, onde já estão instalados os primeiros 100 franceses que chegaram na sexta-feira, ou para a escola de bombeiros de Aix-en-Provence, para onde foram levadas algumas das pessoas que chegaram hoje a França provenientes de Wuhan.
Estes repatriados chegaram este domingo à base aérea de Istres, sul de Marselha, a bordo do Airbus A380 que repatriou de Wuhan cidadãos de diversos países. No voo de hoje viajaram 258 passageiros, dos quais 65 franceses. Os restantes eram de 29 nacionalidades diferentes. Este é o segundo repatriamento de cidadãos franceses, depois de um primeiro avião com repatriados ter chegado ao país na sexta-feira.
Portugueses chegaram a Lisboa. Ficam em isolamento
O avião da Força Aérea que transportou os 17 portugueses repatriados de Wuhan, foco do novo coronavírus, aterrou cerca das 20:30 na Base Aérea de Figo Maduro, em Lisboa. O avião tinha partido ao final da tarde da base militar de Istres, sul da cidade francesa de Marselha.
Os portugueses repatriados vão ficar em isolamento durante 14 dias, anunciou a ministra da Saúde, Marta Temido. Em conferência de imprensa no Ministério da Saúde, a ministra revelou afirmou que os passageiros repatriados da China que chegaram a Lisboa concordaram em seguir o protocolo de “isolamento profilático” e fazer análises para despistar o novo coronavírus, cujos resultados serão apresentados “nas próximas horas”.
A ministra realçou que, “à partida, essas pessoas não estão doentes” com o coronavírus que começou a propagar-se a partir da China, em dezembro.
O Ministério da Saúde vai disponibilizar instalações onde os portugueses provenientes de Wuhan possam ficar em “isolamento profilático”. O Hospital Pulido Valente, em Lisboa, e o Hospital Militar, no Porto, serão as unidades a recebê-los.
A China elevou hoje para 304 mortos e mais de 14 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).
As Filipinas anunciaram também hoje a morte de um cidadão de nacionalidade chinesa, vítima de uma pneumonia causada pelo coronavírus. Foi a primeira vítima fatal registada fora da China. Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há casos de infeção confirmados em 24 outros países.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional (PHEIC, na sigla inglesa) por causa do surto do novo coronavírus na China.
ZAP // Lusa