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“A nossa vida vai mudar”. Governo promete apoios (mas poucos) e deixa aviso

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Miguel A. Lopes / Lusa

O secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes

“Nas próximas semanas, a nossa vida não vai ser igual à que tínhamos”. O alerta é do Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, que avisa que, mesmo com apoios do Governo, a guerra na Ucrânia “vai exigir da parte de todos uma adaptação”.

“Não podemos entrar em aventuras”. É, desta forma, que Mendonça Mendes alerta que o Governo não pode ir muito além nos apoios às famílias e às empresas para ajudar a mitigar o impacto da guerra nos preços da energia.

A situação orçamental do país é delicada e, por isso, é preciso actuar “sem comprometer o amanhã”, aponta o Secretário de Estado citado pelo Dinheiro Vivo. A ideia é garantir que, logo que a crise motivada pela guerra na Ucrânia passe, seja possível voltar a cumprir as regras do Pacto de Estabilidade.

Assim, Mendonça Mendes alerta que temos de ter a “noção” de que, “nas próximas semanas, a nossa vida não vai ser igual à que tínhamos“. “A situação da guerra só agora se começou a sentir e vai exigir da parte de todos uma adaptação”, destaca ainda.

Estas declarações surgem antes da reunião, da próxima semana, do Ecofin, o Conselho Europeu das Finanças da União Europeia (UE). A ideia do Governo português é passar uma mensagem de “compromisso” com as regras da disciplina orçamental europeia.

A invasão da Rússia à Ucrânia está a ter efeitos económicos devastadores para toda a Europa, com uma subida da inflacção que vem complicar a recuperação depois da crise pandémica.

Marcelo: Portugal enfrenta “outro tipo de pandemia”

Numa altura em que se sucedem as notícias sobre o aumento do preço dos combustíveis, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirma que o país enfrenta “outro tipo de pandemia” e nota que é preciso encontrar as respostas certas à medida que a situação vai “evoluindo”.

“Há uma avaliação semanal para ir ajustando aquilo que é aprovado em determinado momento, vivemos assim quando se vive em guerra de duração ainda indefinida, os custos também são indefinidos e há que encontrar respostas à medida que as circunstâncias vão evoluindo”, destaca o Presidente.

Marcelo nota que também durante a pandemia de covid-19, as respostas foram dadas conforme a situação ia evoluindo. “Esperemos que não seja nada que se pareça em duração com a pandemia, mas é um outro tipo de pandemia aquela que hoje estamos a enfrentar”, sublinha ainda.

E quanto mais tempo durar a invasão russa, “maiores serão os efeitos económicos e sociais”, realça Marcelo, lembrando que o aumento dos combustíveis atinge “economias um pouco por toda a parte”, incluindo Portugal”.

“A nível europeu estão a ser estudadas medidas, mas é preciso ver que a União Europeia está agora com uma prioridade que é tentar resolver o conflito, tentar abreviá-lo, ao mesmo tempo que está a estudar as medidas possíveis e há governos que já tomaram iniciativas”, acrescenta o Presidente, frisando que o Governo português foi “dos primeiros” a agir.

ZAP // Lusa

6 Comments

  1. Viva a maioria! O combustível a aumentar vertiginosamente e este Governo enche os cofres à custa dos portugueses! Pelo meio diz que vai reduzir dois ou três cêntimos o ISP…
    Abençoadas os que votaram nestes artistas.

  2. Ó minha gente! Como é costume, o povo só vê um palmo à sua frente. O governo cobra impostos nos combustíveis não é para o Costa comprar mega iates. O dinheiro é para todos nós, para o orçamento pagar as despesas do país. Podem diminuir esses impostos com certeza, mas depois há menos dinheiro para a saúde, educação, etc. A economia é feita de equilíbrio.
    Uma família classe média com pai e mãe a levarem para casa 2000€-3000€ por mês gastava 100€ em combustível mensalmente. Agora gasta 140€ e vai menos uma vez por mês jantar no restaurante? Não é preciso perder a cabeça.
    Isto tem que se ir resolvendo com calma e ir ajustando e ajudando quem mais sofre, enquanto esta palhaçada de guerra e pandemia não acabam.

    • 2000 a 3000 por mês diz o meu amigo? Não deve viver na mesma realidade.

      Mas eu explico-lhe por pontos para ver se o meu amigo lá vai:

      1 – O mais certo é uma família dita “funcional” levar para casa qualquer coisa entre 1500 e 1900.

      2 – A sua estimativazinha de 100€ mensais é bem mais realista de apontar para 200€. No meu caso trabalho a 60km de casa. Em breve pago para trabalhar.

      3 – A sua estimativazinha de aumento também peca por defeito. Caso não saiba, em dois fins de semana o preço dos combustíveis subiu tanto como o custo total deles na Rússia … Vá lá ver e confirmar a ironia!

      4 – Se admitirmos somente uma subida de 20% nos combustiveis teremos uma subida de 20% em tudo o resto que seja transportado. Como o meu amigo não come certamente a erva do quintal acredite que em breve vai notar a diferença.

      5 – Se pegarmos nos aumentos como um todo em 20% e verificamos que os salários não sobem então:

      a) Não vamos trabalhar para poupar no combustível, não cozinhamos para não gastar energia e reduzimos na comidinha para ficarmos em forma.

      ou

      b) cortamos em coisas “supérfluas” como um jantar ou almoço esporádicos, uma ida ao cinema, um café, um corte cabelo etc.

      6 – O meu amigo envereda pela opção b) mas esquece que isso conduz ao desemprego de muita gente, à recessão e possivelmente ao término do seu próprio emprego.

      Pense antes de escrever …

  3. é a guerra dos interesses e pelo meio temos os aproveitamentos! em 2008 o petroleo atingu maximos superiores aos de agora e nessa altura o preço dos combustiveis não passou dos 1,5euros/litro.
    a guerra começa, os preços do barril disparam e na semana seguinte ja estamos a sofrer aumento! como é isso permitido quando o que estamos a comprar hoje já estava no nosso pais há tres meses!
    o gasoleo sempre foi mais barato que a gasolina, por se tratar de um produto menos refinado que a gasolina logo tem um custo de produção inferior que se reflete no preço final do produto. Agora pela primeira vez igualaram o preço dos dois sem justificação.

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