Há versões diferentes sobre o travão de Musk a um ataque ucraniano contra a Rússia

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jurvetson / Flickr

Elon Musk, CEO da Tesla e SpaceX

A inativação dos satélites Starlink na Crimeia já era uma política da SpaceX, numa tentativa de evitar que os dispositivos sejam usados no conflito entre a Rússia e a Ucrânia.

Elon Musk esteve recentemente nas notícias devido às notícias sobre o papel que desempenhou ao travar um ataque surpresa de drones submarinos ucranianos à Frota do Mar Negro da Rússia. No entanto, os esclarecimentos subsequentes estão agora a pôr em causa as alegações iniciais.

Walter Isaacson, biógrafo de Musk, escreveu num excerto do seu próximo livro, publicado no The Washington Post, que Musk interveio pessoalmente para evitar o uso do sistema de comunicação via satélite Starlink da SpaceX para um ataque ucraniano perto da costa da Crimeia. Musk, temendo que tal ação pudesse levar a um conflito nuclear catastrófico, teria ordenado que os serviços Starlink fossem desligados na região, neutralizando assim o ataque por drone.

No entanto, numa declaração subsequente, Isaacson admitiu que tinha interpretado mal os eventos. Contrariamente à representação anterior de Musk como o herói que sozinho evitou um desastre militar, foi esclarecido que a SpaceX já tinha uma política em vigor contra o uso do Starlink para ataques na Crimeia.

Musk apenas reafirmou essa política na noite do ataque pretendido. Os ucranianos, aparentemente sem conhecimento desta restrição, acreditaram erradamente que tinham cobertura completa do Starlink até à Crimeia, relata a Insider.

Vários relatos indicaram que Musk já tinha anteriormente recusado os pedidos da Ucrânia para ativar o Starlink sobre a Crimeia devido a preocupações de uma escalada de conflito.

O próprio Musk interveio nas recentes revelações, enfatizando que nem ele nem a SpaceX prometeram cobertura sobre a Crimeia. O empresário mencionou que a SpaceX está a desenvolver outro sistema de satélite, que estará sob o controle do Governo dos EUA.

No entanto, este incidente sublinha o imenso poder e influência detidos por bilionários como Musk nos assuntos globais. Anteriormente, o The New Yorker relatou que a SpaceX tinha pedido ao Governo dos EUA que pagasse pelos serviços Starlink oferecidos à Ucrânia, causando grande preocupação entre os funcionários de Defesa.

O Pentágono, apreensivo quanto ao potencial de Musk cortar os serviços de comunicação cruciais, formalizou rapidamente um contrato com a SpaceX para garantir um serviço consistente.

Adriana Peixoto, ZAP //

1 Comment

  1. Não tarda nada o Musk está a trabalhar para os russos, que pelos vistos pagam muito bem. A Roscosmo está garantida para pousar na Lua.

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