“Não andei consigo na escola!” – Ventura irritou-se mas nem percebeu o que disse o deputado do PS

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No meio de discussões sérias sobre o estatuto social dos bombeiros, Ricardo Lima e André Ventura confrontaram-se directamente.

Os deputados debateram no Parlamento dois projectos-de-lei do PCP sobre a a criação do estatuto social do bombeiro.

Ainda no rescaldo dos incêndios que queimaram muitas zonas de Portugal em Setembro, os comunistas defenderam a classificação do bombeiro como uma profissão de desgaste rápido.

António Filipe foi alvo de críticas: é que o PCP não aceitou propostas de outros partidos para este debate realizado na quarta-feira. O partido foi acusado de não querer contributos para este assunto. Era para ser mais rápido, explicou António Filipe.

André Ventura também criticou o PCP por este motivo, pela ausência de “propostas alternativas”, acrescentando que os comunistas suportaram o Governo durante seis anos e por isso, alega, contribuiu para a ausência de revisão das carreiras dos bombeiros.

Logo a seguir falou Ricardo Lima. O deputado do PS acha que o líder do Chega – também neste assunto – cria uma “confusão total” e “um aproveitamento constante da função dos bombeiros”.

“Ficámos todos muito perdidos. Ele baralha tudo: não sabe o que é sapadores, bombeiros profissionais, associações humanitárias… Aquilo é uma confusão total”, atirou o socialista, enquanto ouvia gritos, “bocas” dos deputados do Chega.

Quando foi interrompido, reagiu: “Menos. Sim, sim, sim… É, é: ‘Sabes lá o que estás a dizer, não sabes nada! É o costume'”.

Aguiar-Branco, presidente da Assembleia da República, achou que o deputado do PS foi “altamente indelicado” para com os deputados do Chega. “E de uma forma contra a forma urbana como entendemos que se deve dirigir a outros deputados. Sejam do Chega, do Bloco de Esquerda, sejam de que partido for”, avisou, perante aplausos do Chega.

Ventura pediu uma interpelação à mesa, mas falou para Ricardo Lima. Disse que não sabia o nome do deputado socialista, mas queixou-se a Aguiar Branco de ter sido tratado por “ele”, acrescentando: “Não sabes o que estás a dizer”. E aí avisou, quatro vezes: “Eu não andei consigo na escola!“, apontando o dedo em sinal de ameaça.

Aguiar-Branco achou esta intervenção desnecessária.

Ricardo Lima pediu também interpelação à mesa e explicou ao presidente da Assembleia da República (o que se tinha percebido à primeira): “Eu apenas repliquei as palavras que foram ditas por aquela bancada”.

Este esclarecimento do deputado do PS não está no vídeo acima, nem noutros vídeos publicados que espreitámos; foi cortado.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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  1. «…Desde um extremo ao outro do espectro partidário português, estes partidos são todos iguais no seu conservadorismo de regime. Fingem se combater uns aos outros, só para enganar os Portugueses mais distraídos. Porém, estão alinhados, todos e ainda que em estilos diversificados, sob as mesmas batutas que controlam a imposição do sistema político-constitucional ainda vigente…» – Alberto João Jardim in «A Tomada da Bastilha»

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