Não haverá uma geringonça à direita. Ventura rejeita acordos com o PSD

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André Ventura

André Ventura reiterou que o objetivo do Chega nas próximas eleições é consolidar o partido como terceira força política e descartou um acordo parlamentar com o PSD.

Esta terça-feira, em entrevista à TVI24, o líder do Chega disse não estar disponível para fazer um acordo parlamentar destinado a viabilizar um Governo do PSD após as eleições legislativas de 30 de janeiro.

Aliás, André Ventura foi ainda mais longe ao afirmar que o Chega seria capaz de “mandar abaixo” um Governo do PSD com a “mesma facilidade” com que mandaria um Governo socialista. Qualquer tipo de acordo parlamentar com os sociais-democratas está, assim, colocado de lado.

“Os portugueses têm de pensar se querem uma solução que, na história de Portugal, nunca deu resultados e que é o mesmo ciclo de repetição entre o PS e o PSD”, disse, acrescentando que, se os portugueses querem uma “verdadeira mudança”, terão de procurar alternativas fora da dicotomia PS e PSD.

As críticas estenderam-se a Rui Rio e Paulo Rangel, candidatos à liderança do PSD, por quererem “ostracizar e ignorar” uma parte da população com uma “atitude de superioridade”, descartando o diálogo.

“O Chega mandará abaixo um Governo do PSD com a mesma facilidade que mandará um Governo do PS, porque o que nos move são as causas e não os lugares. Se o PSD se apresentar no Parlamento com um programa parecido ao do Partido Socialista e sem fazer mudanças terá o mesmo voto contra que teria o Partido Socialista”, sublinhou o líder partidário.

Sobre se prefere Rio ou Rangel ao leme do partido laranja, Ventura respondeu que, “como cidadão”, acredita que Rui Rio seria capaz de “acautelar um melhor Governo de direita”, por já ter compreendido que “não é com um discurso frouxo e moderado” que se faz a mudança que o país precisa.

Rangel é o candidato “da direita fofinha” e, caso vença as internas do PSD, não contará com o apoio do Chega.

Geringonça à direita

Na TVI24, Ventura usou a imagem da geringonça para descartar um acordo parlamentar, sustentando que este tipo de acordos só funcionam enquanto “as clientelas partidárias se sentem satisfeitas”.

Quando começam a ser penalizados nos resultados eleitorais, “deixam o país para trás” e inviabilizam o Orçamento do Estado, acrescentou.

Da mesma forma, o recém reeleito presidente do Chega descarta um acordo idêntico ao firmado nos Açores, onde o PSD, CDS, Chega e Iniciativa Liberal conseguiram formar Governo. Neste caso, justifica com o facto de “os governantes do PSD não serem capazes de fazer as reformas que nós precisamos”.

“Coligação com o PSD? Estaria a vender o Chega. Nós aceitamos uma solução de rutura, mas temos de participar nela”, salientou.

A solução passa, nas palavras do líder, pelo Chega assumir as pastas da Justiça, da Segurança Social, Agricultura e Administração Interna.

O poder negocial vai sempre depender do peso político que o partido conseguir alcançar no ato eleitoral. Nesse sentido, deixou claro que um dos objetivos é consolidar o Chega como terceira força política.

Queremos ser a terceira força política. É difícil? É. Metade das sondagens colocam-nos em terceiro e a outra metade em quarto, mas é alcançável. Queremos alcançar os 15% nas eleições legislativas”, salientou.

ZAP //

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