Ventura: “Se eu implorar por coligações e ninguém me ligar nenhuma, afastem-me da liderança do Chega”

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Miguel A. Lopes/Lusa

André Ventura

Declarações do presidente do Chega em 2019. É quase inevitável recuperá-las ao longo desta semana pós-eleições.

Portugal vive uma incerteza política que, provavelmente, não se verificava desde o PREC. Embora num contexto muito diferente.

A AD venceu as eleições legislativas no domingo, em território nacional, mas não se sabe se vai formar um Governo estável; na verdade, nem se sabe se venceu mesmo porque o PS ainda pode ultrapassar os rivais devido aos votos dos emigrantes.

André Ventura analisou a situação actual e falou sobre o que o Chega está a tentar fazer desde domingo.

Admitiu que há uma “real instabilidade” no país e há o risco real de haver novas eleições em breve.

O presidente do Chega, após os 1.1 milhões de votos, insistiu que o próximo Governo deve ser formado por AD e Chega. “Só por total irresponsabilidade ou egos exacerbados é que o país pode ser chamado a novas eleições”, avisou.

Ventura assegurou que está a “fazer tudo” para que haja um Governo estável ao longo da nova legislatura. Um Governo que integre o Chega.

A certa altura da entrevista na CMTV, o jornalista Pedro Mourinho disse a André Ventura que tem ficado a ideia de que há um – hesitou um pouco na palavra, mas disse – “desespero” do presidente do Chega em assinar um acordo com a AD.

Ventura admitiu: “Isto pode passar uma imagem de que me estou a humilhar“. Pedro reagiu: “E passa, de facto”.

O líder do Chega citou o evangelho de Mateus na Bíblia: “Aqueles que se humilham serão exaltados”, antes de explicar: “Tenho um objectivo maior, dar um Governo a Portugal; vale a pena o sacrifício“.

Mas André Ventura já disse (ou escreveu) algo muito diferente sobre este assunto.

Foi em 2019, ainda nos primeiros tempos do Chega. Na altura, numa indirecta ao partido Aliança de Santana Lopes, escreveu no Facebook: “Por favor, se eu algum dia andar publicamente a implorar por coligações – ou melhor, Alianças – à direita ou o centro direita…e ninguém me ligar nenhuma, afastem-me da liderança do CHEGA. Internem-me pela figura ridícula”.

“Mandem-me fazer programas com o Castelo Branco ou com o Cláudio Ramos”, finalizou Ventura.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

1 Comment

  1. Está apenas a ser responsável!
    Quando António Costa fez o mesmo para formar a geringonça não vi a comunicação social a cair-lhe em cima!

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