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Venezuela deve 3.5 mil milhões a companhias aéreas internacionais

Carlos Colina / Wikimedia

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A dívida da Venezuela às companhias aéreas internacionais, incluindo a portuguesa TAP, ascende a 3.500 milhões de dólares (cerca de 2.770 milhões de euros), disse hoje o diretor-geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA).

“As companhias aéreas querem ter mais confiança para oferecer mais serviços mas não o podem fazer, a menos que lhes paguem”, afirmou Tony Tyler, citado pelo canal privado de televisão Venevisión.

Segundo Tyler, o atraso no pagamento da dívida, devido à proibição de repatriamento de capitais, obrigou as companhias aéreas internacionais a reduzir 49% dos lugares disponíveis e das frequências de voos.

Em 2003, a Venezuela adotou um apertado sistema de controlo cambial que impede a livre obtenção de moeda estrangeira no país e obriga, desde 2012, as companhias aéreas a uma autorização específica para poderem repatriar os capitais gerados pelas suas operações, correspondentes à venda de bilhetes de avião.

A situação afeta a transportadora aérea portuguesa TAP e outras 13 transportadoras internacionais.

A 30 de setembro, numa reunião com vários ministros transmitida pela televisão, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou ao Governo que encontrasse uma solução definitiva, “de imediato e empresa a empresa”, para o diferendo sobre o repatriamento de capitais.

Maduro também acusou as companhias aéreas de especularem com os preços dos bilhetes “para justificar a obtenção de dólares e retirá-los do país, chegando à absurda imposição de preços, muito, mas muito superiores aos de mercados similares de países vizinhos”.

Para a Associação de Linhas Aéreas da Venezuela, as afirmações de Nicolás Maduro abriram “expectativas que podem ser positivas”, mas a imprensa venezuelana tem indicado que, de momento, não houve avanços sobre este assunto.

As dificuldades para repatriar capitais já levaram a Air Canada a suspender os voos para Caracas, enquanto a American Airlines, a United Airlines e a Lufthansa reduziram significativamente as suas operações na Venezuela.

Em 30 de julho, o Governo venezuelano emitiu uma autorização especial para as companhias aéreas Iberia e Delta Airlines poderem repatriar em dólares capitais gerados pelas suas operações.

/Lusa

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