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Ficaram por preencher 45% das vagas para médicos especialistas no SNS

COD Newsroom / Flickr

O concurso da segunda época de 2018 para a contratação de médicos especialistas no Serviço Nacional de Saúde deixou 45% das vagas por preencher.

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) é cada vez menos uma opção de trabalho para os médicos mais jovens. A prova está no último concurso para colocar especialistas em hospitais e unidades de cuidados primários, autorizado no final do ano passado. O Governo procurava contratar 300 médicos, abrindo vagas extra para permitir que os candidatos concorressem a hospitais na sua zona de preferência.

Contudo, segundo o Jornal de Notícias, apenas 165 lugares foram ocupados, tendo as regiões do Centro (26 médicos), Alentejo (dez médicos) e Algarve (cinco médicos) tido particulares dificuldades na colocação de médicos.

Já no Norte, 70% das vagas abertas (correspondente a 64 médicos) foram preenchidas. É a taxa de retenção mais elevada do país, seguida por Lisboa e Vale do Tejo (60 contratações, que equivalem a 60% dos postos).

São as especialidades de anestesiologia e de pediatria as que têm mais dificuldades em colmatar os lugares em falta. Também há falta de médicos de família: no concurso de dezembro de 2018 só 73 das 113 vagas abertas foram ocupadas.

O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, explicou que “nenhum médico gosta de trabalhar para empresas de prestação de serviços em que a segurança no trabalho é nula“. Ainda assim, a Ministra da Saúde garantira em fevereiro que no SNS a retenção dos médicos que completam a formação de especialidade é superior.

A falta de interesse pelo SNS já não surpreende os especialistas seniores. Rui Nogueira, presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, explicou ao Expresso que os primeiros resultados foram sendo conhecidos que este resultado era “expectável”.

Segundo o responsável, o número de vagas foi superior ao de formandos porque o ministério quis atrair também especialistas que exercem em unidades dos setores privado e social. Rui Nogueira tem chamado a atenção para “as vagas que ficam sistematicamente por preencher”. São disso exemplos, unidades nas regiões do Algarve e do Alentejo e até na Grande Lisboa, como Sintra, Amadora, Setúbal e Margem Sul.

ZAP //

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