Usou IA para escrever 97 livros “horríveis” (e ganhou 2.000 dólares)

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Esta notícia é, no mínimo, insólita e nada preocupante… pelos menos para os autores de livros. Um homem utilizou a Inteligência Artificial para escrever 97 livros… “terríveis”.

De acordo com o The Byte, desde agosto de 2022 que Tim Boucher escreveu esta enorme quantidade de livros e, com isso, lucrou cerca de 2.000 dólares.

A informação foi dada pelo próprio ao Newsweek.

Os livros não são histórias que envolvam grandes enredos ou personagens, tratam-se de curiosidades geradas pela Inteligência Artificial (IA).

Falam do potencial da tecnologia ou, dependendo do seu ponto de vista, da disposição dos empreendedores para explorar a novidade da nova tecnologia para uma quantidade significativa de vendas.

O “pseudo-autor” explicou que, para gerar ideias e texto, recorreu ao ChatGPT da OpenAI e ao Claude da Anthropic e, para criar imagens, para ilustrar as suas histórias utilizou o Midjourney.

Os livros desta parceria “humana-tecnológica” têm entre 2.000 a mais de 83.000 palavras e estão todos disponíveis no mercado Gumroad com um custo compreendido entre 1,99 e 5,99 dólares.

Boucher revelou que cada livro demora cerca de seis a oito horas para ser escrito, do início ao fim.

Disse também que “é muito difícil, por exemplo, ter peças mais longas escritas que mantenham um único enredo coerente ou um arco de personagens”.

“Em vez disso, tenho tendência para coleções curtas de ficção ‘flash’, intercaladas com entradas de enciclopédia ficcional que proporcionam a construção de mundos e histórias de fundo”, explicou.

Na altura que revelou este feito, Boucher contou ainda que o seu 97º livro estava quase pronto.

A esmagadora maioria dos livros de Boucher não tem qualquer crítica e os poucos que têm, têm apenas duas ou três estrelas em cinco.

O mais “grave” é que o livro de Boucher com a classificação mais elevada, Conspiratopia: Uma sátira utópica, foi publicado em novembro de 2021 — bem antes de começar a usar IA para gerar texto.

Irónico, não é?

Teresa Campos, ZAP //

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