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União Europeia suspende viagens “não essenciais” durante 30 dias

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Patrick Seeger / EPA

Ursula Von der Leyen, a presidente da Comissão Europeia

Esta segunda-feira, a presidente da Comissão Europeia propôs que sejam criadas restrições temporárias nas entradas na União Europeia durante 30 dias.

A União Europeia vai suspender todas “as viagens não essenciais” durante 30 dias, anunciou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, esta segunda-feira.

“Acabo de informar os nossos parceiros do G7 que propus aos nossos chefes de Estado e de governo que introduzem restrições temporárias nas viagens não essenciais para a União Europeia por um período de 30 dias”, informou von der Leyen, numa mensagem em vídeo divulgada no Twitter. O prazo poderá ser prolongado “se for necessário”.

De acordo com a medida, os cidadãos europeus que queiram regressar a casa ficam isentos desta restrição, assim como os seus familiares, nacionais de países terceiros que sejam residentes de longo prazo da União Europeia e diplomatas, adianta o Público.

Pessoal essencial, tal como médicos, enfermeiros, cuidadores, investigadores e especialistas que nos ajudem a resolver a crise do coronavírus devem continuar a poder entrar na União Europeia”, informou Ursula von der Leyen.

Da mesma forma, as pessoas transportam mercadorias para o espaço único devem manter o acesso à UE. “Temos de continuar a assegurar o abastecimento de produtos, incluindo bens essenciais como medicamentos, mas também alimentos e componentes de que as nossas fábricas necessitam.”

Covid-19 é o ponto único da agenda da cimeira do G7

Os sete países mais ricos do mundo (G7) reúnem-se esta segunda-feira numa cimeira extraordinária por videoconferência para coordenar as respetivas ações de combate contra o novo coronavírus nas áreas da saúde, economia, finanças e da investigação.

O anúncio da cimeira foi feito pela Presidência francesa, que precisou que a iniciativa para organizar esta reunião extraordinária por videoconferência partiu do chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, que falou sexta-feira com o seu homólogo norte-americano, Donald Trump, cujo país detém a presidência anual do G7.

Macron também contactou com os restantes países do G7 que “concordaram todos” com a reunião, referiu o Eliseu. O G7 é composto pela Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido.

Durante a cimeira extraordinária, “iremos coordenar os nossos esforços sobre uma vacina e os tratamentos e vamos trabalhar numa resposta económica e financeira”, explicou Emmanuel Macron, numa mensagem publicada sexta-feira no Twitter.

Para o Eliseu, “a cooperação internacional é essencial para lidar com esta crise e com as suas consequências, em particular as económicas”.

O novo coronavírus responsável pela doença Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 5.500 mortos em todo o mundo, levando a Organização Mundial de Saúde (OMS) a declarar a doença como pandemia.

O número de infetados ultrapassou as 143 mil pessoas, com casos registados em mais de 135 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 331 casos confirmados.

“A União Europeia tem de atuar já”

Treze economistas portugueses subscreveram um manifesto no qual alertam que “a União Europeia tem de atuar já para se salvar a si mesma e os valores democráticos que diz defender”.

No documento defendem que “um programa de emergência de larga escala requer um financiamento de emergência também de grande escala” e, “dadas as circunstâncias excecionais, o BCE tem de ser autorizado a financiar tal programa”.

“Estes tempos são genuinamente excecionais e será muito pior se a UE não apoiar os seus estados membros nos passos decisivos para enfrentar a pandemia e mitigar as suas consequências”, lê-se.

“O preço de atuar hoje será muito menor do que o de atuar amanhã. Não queremos ser os sonâmbulos do século XXI”, concluem os economistas.

De acordo com o Observador, os 13 economistas subscritores do documento são Cátia Batista (Nova SBE), Fernando Alexandre (Universidade do Minho), Fernando Anjos (Nova SBE), João Cerejeira (Universidade do Minho), José Tavares (Nova SBE), Luís Aguiar-Conraria (Universidade do Minho), Miguel Portela (Universidade do Minho), Odd Straume (Universidade do Minho), Pedro Bação (Universidade de Coimbra), Pedro Brinca (Nova SBE), Sandra Maximiniano (ISEG, Universidade de Lisboa), Susana Peralta (Nova SBE) e Tiago Sequeira (Universidade de Coimbra).

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. Tudo isto já devia ter sido feito à mais tempo!…
    Quando se confirmou que ninguém sabia lidar com tal “vírus” e que o mesmo se transmitia com facilidade.
    Quer logo no ponto de origem (China), quer após os primeiros países a serem afectados!…

    A única coisa eficaz que tínhamos, e no momento continuamos a ter, é evitar estar em contacto com o respectivo “vírus”. O que deveria ter sido a primeira estratégia de “combate ao mesmo”.
    Ou seja, o “fecho de fronteiras”…
    E contê-lo nas regiões (países) afectadas. Como isso não foi feito, deixaram que o mesmo fosse circulando “livremente”, agora terá que ser uma contenção a uma escala muito maior.
    Mas é o que temos, e é apenas a minha opinião, claro.
    Eu, segundo o que observo, é que ninguém sabe, até ao momento como lidar com este tipo de “vírus” e que a única coisa que há a fazer é evitar estar na presença/contacto do/com o mesmo: “quarentena”. Isso implica estratégias e planeamento a nível governamental nacional, e a nível global. E com a consciencialização de todas as pessoas da urgência e importância de cumprirem as regras de quarentena e desinfecção, quer para elas próprias, quer para com todos os que as rodeiam, e a espécie humana planetária.

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