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Trump proíbe estrangeiros em Harvard. Eis alguns portugueses que por lá passaram

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A partir de agora, portugueses e outros cidadãos não norte-americanos — 27% do corpo estudantil da universidade mais conceituada do mundo — deixam de poder estudar em Harvard. Por lá passaram algumas caras conhecidas.

O Governo Trump retirou hoje à prestigiada universidade privada de Harvard o direito de admissão de estudantes estrangeiros, privando a instituição de uma importante forma de aumentar a sua visibilidade.

Segundo o seu ‘site’ na Internet, a universidade acolhe este ano cerca de 6.700 “estudantes internacionais”, o que corresponde a 27% do total anual de alunos.

“A certificação do programa SEVIS (Student and Exchange Visitor) da Universidade de Harvard é revogada com efeitos imediatos”, escreveu a secretária da Segurança Interna, Kristi Noem, numa carta dirigida à instituição, contra a qual o Governo do Presidente republicano, Donald Trump, lançou uma grande ofensiva, cortando-lhe inclusive financiamento federal.

Este programa é o principal sistema através do qual os estudantes estrangeiros são autorizados a estudar nos Estados Unidos.

De acordo com a secretária da Segurança Interna, esta decisão significa que Harvard está proibida de receber estudantes titulares de vistos F ou J para o ano letivo de 2025-2026, uma enorme perda potencial para Harvard.

O campo republicano tem criticado as grandes universidades norte-americanas por promoverem ideias de esquerda, consideradas demasiado progressistas.

As associações de defesa das liberdades individuais consideram que ofensiva de Trump às universidades é um ataque à liberdade de expressão e uma tentativa de calar as críticas a Israel. A secretária da Segurança Interna critica Harvard por se recusar a transmitir informações ao Governo.

No seu braço-de-ferro com Harvard, o Governo Trump já tinha cortado mais de 2.000 milhões de dólares (1.772 milhões de euros) em subsídios à universidade situada perto de Boston, no nordeste dos Estados Unidos.

Fim de linha para portugueses. Quem já fez o percurso?

Em Portugal existem várias caras conhecidas que passaram por esta conceituada universidade dos EUA. Entre elas está o atual secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres. Embora não tenha cursado na instituição, já participou em variados think-tanks e outros eventos em Harvard.

Mas houve quem tivesse mesmo completado um ciclo de estudos nesta instituição, como é o caso do Governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, que em 1998 concluiu um mestrado em economia em Harvard.

É também o caso do atual ministro da Presidência, António Leitão Amaro, que lá terminou um mestrado em 2008, em Direito, e onde permaneceu durante um ano como Investigador Visitante. O ministro da Economia, Pedro Reis, também tem percurso concluído na instituição, na área das Finanças Estratégicas.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, também tirou mestrado em Harvard, na área da gestão. Ricardo Batista Leite, ex-deputado do PSD à Assembleia da República e atualmente Vereador na Câmara Municipal de Sintra, também completou estudos de pós-graduação nesta universidade.

Do lado dos socialistas, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros João Gomes Cravinho passou por Harvard para algumas palestras, e lá foi professor visitante durante um ano letivo o ex-ministro de António Costa Manuel Heitor, que esteve encarregue da pasta da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

Outras personalidades não relacionadas com política e economia que passaram por Harvard são, nomeadamente, o economista Ricardo Reis, com um doutoramento em Harvard, ou a cientista Maria do Carmo Fonseca, que lá foi professora visitante, entre dezenas de outros alunos, investigadores e professores da universidade mais bem reputada do mundo, agora banida a estudantes internacionais.

Carolina Bastos Pereira, ZAP // Lusa

1 Comment

  1. Nos EUA à vota de 67% de alunos de Doutoramento, são provenientes de outros países. Esta tem sido al longo de DEZENAS de anos uma vantagem brutal dos EUA face à concorrência global: Dar condições acima da média a alunos acima da média. E têm recebido os dividendos dessa politica enquanto os palermas (nós) olhamos sem perceber muito bem porque é que os EUA se tornou na maior economia do mundo.

    Caros, a resposta é simples e tem inclusivamente registos históricos (vejam o que aconteceu no final da 2ª Grande Guerra com os cientistas Alemães): Os EUA ROUBAM… de novo: ROUBAM!! alunos ou profissionais comprovadamente excecionais no seu campo, de outros países, oferecendo condições de trabalho, estudo, pesquisa, etc… que essas pessoas não têm nos seus países de origem. Sabiam que todos os anos, empresas Americanas andam de olho em Universidades da Índia à procura de ‘cérebros’ para formalizar já vínculos contratuais para os levarem para os EUA? Com as condições certas, essas pessoas fizeram dos EUA o que são hoje.

    Quantos alunos/profissionais brilhantes, Europeus, não fizeram avançar os EUA em vez do local onde nasceram? Não será já altura de dar condições a essas pessoas para ficarem? Dinheiro (MUITO!!) para ordenados, instalações, investigação, etc….

    Não estará na altura de abrir os olhos??

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