Janeiro de 2024 foi o mês de janeiro mais quente de sempre, deixando a música “Não há estrelas no céu” de Rui Veloso desatualizada.
As alterações climáticas não dão tréguas a Rui Veloso: tanto o atestam, como o desmentem.
Os últimos dias têm sido a prova de que “tão depressa o sol brilha como a seguir está a chover”.
Depois de duas semanas de um calor “abrasador” e incomum para a época, agora, a Karlota decidiu arrefecer Portugal e deixá-lo sob aviso amarelo, devido ao mau tempo.
De dia, está chuva e vento; de noite, “não há estrelas no céu”.
Aqui, Rui Veloso continua a ter razão… Então, onde não tem?
De acordo com o boletim climático mensal do serviço europeu de Monitorização das Alterações Climáticas Copernicus (C3S), divulgado esta quinta-feira, janeiro passado foi o mais quente de sempre em todo o Mundo.
Por esse motivo, este ano, fica a fazer mais sentido cantar que “para mim hoje é janeiro, não está um frio de rachar, mas está sim um calor de derreter“.
No último mês, no sul da Europa, as temperaturas variaram muito acima da média. Já a nível mundial, a temperatura média do ar foi 13,14ºC.
Este “recorde de janeiro” deu ainda origem a outro “feito”: pela primeira vez, o planeta ultrapassou o limite do aquecimento de 1,5ºC em relação à era pré-industrial (1850-1900) durante 12 meses consecutivos.
Entre fevereiro de 2023 e janeiro de 2024, a temperatura média do ar à superfície do planeta ficou 1,52ºC acima dessa marca.
Depois de 2023 ter sido o ano mais quente desde que há registos, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) alertou que 2024 podia, prontamente, “roubar-lhe” esse título – muito por culpa do El Niño.
A esta altura e vendo que pelo oitavo mês consecutivo o recorde de calor foi batido, o planeta deve estar mesmo a achar que “o mundo inteiro se uniu para o tramar”.
E, “se não fosse o Rock ‘N’ Roll”, o que seria dele…