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“Uma lei para matar”. Papa critica eutanásia (e recebe Zelensky)

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Mazur / Catholic Church England and Wales

Papa Francisco

O Papa Francisco criticou hoje a aprovação do decreto sobre a morte medicamente assistida, considerando que o parlamento português promulgou uma lei para matar.

“Hoje estou muito triste, porque no país onde apareceu Nossa Senhora foi promulgada uma lei para matar. Mais um passo na grande lista dos países que aprovaram a eutanásia”, afirmou o Papa, no Vaticano, citado pela Agência Ecclesia.

O chefe de Estado do Vaticano discursava num encontro com centenas de representantes da União Mundial das Organizações Femininas Católicas, onde também falou sobre as celebrações do 13 de maio, “dia em que se celebram as aparições da Virgem Mãe aos pastorinhos de Fátima”.

“Pensando na Virgem, olhemos para Maria como modelo de mulher por excelência, que vive em plenitude um dom e uma tarefa: o dom da maternidade e a tarefa de cuidar dos seus filhos, na Igreja”, disse Francisco, citado pela Ecclesia.

O chefe da Igreja Católica promulgou também hoje uma nova Lei Fundamental do Estado da Cidade do Vaticano, na qual se inclui uma abertura aos leigos, que poderão integrar a Comissão Pontifícia, até agora reservada aos cardeais, informou o Vaticano.

A nova Constituição, que substituiu a do ano 2000, elaborada durante o pontificado de João Paulo II, foi promulgada “para responder às necessidades do nosso tempo” e “operacionalizar os compromissos internacionais assumidos pela Santa Sé”, explicou a Santa Sé.

As maiores mudanças referem-se à ampliação da Comissão Pontifícia, que agora será formada não só por cardeais, mas também por leigos e leigas, nomeados pelo Papa por um mandato de cinco anos.

A importância desta medida reside no facto de, “salvo nos casos que o Papa pretenda reservar para si, a Comissão Pontifícia aprova leis e outras disposições normativas”.

Também se estabelece uma regulação mais estrita do orçamento preventivo e consultivo, em linha com as reformas do Papa encaminhadas para tornar mais transparente a questão económica no Vaticano, acrescenta.

“Neutralidade” do Papa ajuda a resolver conflitos

A “neutralidade” do Santo Padre permite “contribuir melhor para a resolução de conflitos”, assegurou hoje o papa Francisco aos novos embaixadores no Vaticano e horas antes de receber o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que chegou hoje a Roma.

“O Santo Padre, de acordo com a sua própria natureza e particular missão compromete-se a proteger a dignidade inviolável de todas as pessoas, a promover o bem comum e a promover a fraternidade humana entre todos os povos”, afirmou o pontífice aos novos embaixadores da Islândia, Bangladesh, Síria, Gâmbia e Cazaquistão.

Francisco explicou que “estes esforços, que não implicam a persecução de fins políticos, comerciais ou militares, são alcançados mediante o exercício da neutralidade positiva“.

E “longe de ser uma ‘neutralidade ética‘, sobretudo perante o sofrimento humano, tal confere ao Santo Padre uma posição bem definida na comunidade internacional que lhe permite contribuir melhor para a resolução de conflitos e outras questões”, enfatizou.

No seu discurso, Francisco mencionou alguns dos conflitos mais dramáticos do mundo, como o “Sudão, a República Democrática do Congo, Myanmar, Líbano e Israel”, e referiu-se à “guerra em curso na Ucrânia, que trouxe sofrimento e mortes indescritíveis”.

O Papa recebe esta tarde, no Vaticano, Zelensky, que previamente se vai encontrar com o Presidente italiano, Sergio Mattarella, e a primeira-ministra, Giorgia Meloni, num encontro aparentemente considerado de caráter privado, pelo que se desconhece se haverá alguma informação sobre o mesmo.

Este será o primeiro encontro entre o Papa e Zelensky desde que começou a guerra, embora já se conheçam, uma vez que Francisco recebeu o presidente ucraniano numa audiência em 8 de fevereiro de 2020 e, já à época, foi abordada “a situação humanitária e a procura pela paz” no contexto “do conflito que, desde 2014, continua a afetar a Ucrânia”.

O Papa recebeu em 27 de abril o primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmyhal, que insistiu num convite para visitar a Ucrânia e também pediu ajuda no regresso das crianças ucranianas levadas à força para a Rússia.

ZAP // Lusa

9 Comments

    • Não podemos fumar, porque incomodamos a saúde dos outros, mas… pomos MATAR legalmente… VIVA O 25 DE ABRIL!!!
      CHEGA desta esquerda que fuma e não legaliza a Canábis, para consumo interno… mas, exporta e consome ilegalmente, exceto na sede do BE (e não digam que não, eu já lá estive e tb consumi… obvio), pena daqueles vizinhos… têm de trabalhar à noite… de dia, talvez consigam dormir!!!

  1. Este Papa tem assumido posições notáveis e defendido causas da humanidade como nenhum outro. Mas, como homem, comete certamente erros. Neste caso, não se trata de criticar a sua posição consonante com a tradição da Igreja, mas sim o modo como ele, ou algum seu assessor ou public relations, a exprimiu. Dizer que é uma lei “para matar” é demagógico ou, se se quiser, populista. A lei aprovada não é “para matar” , mas sim para” ajudar a morrer” aqueles que quiserem aplicá-la a si próprios. Ninguém é obrigado a segui-la pessoalmemnte, mas também ninguém é obrigado a viver quando já não pode fazê-lo com dignidade e sem sofrimento.

    • É para matar sim. É para que o ajudem a morrer mais depressa logo alguém tem de o fazer, ou seja de matar. Não gosta da palavra mas não ha outra.
      Ajudar a morrer é matar.
      Claro que ninguém é obrigado a viver, toda a vida as pessoas se mataram. Há muitas maneiras.
      Tornar isso uma pratica do sns e dos medicos é coisa bem diferente.
      Mais do que pensar na “sua” própria vida e se se encontrar em situação grave, pensamento egoista e medroso, pense nos valores que deixa para o futuro. Que mundo está a ajudar a construir? Quando voce ja cá nao estiver que evolucão terão dado a essa lei?
      Nao sou catolica praticante mas a vida só deve ser tirada por “quem” a deu. Só esse principio dá sentido a vida e nos faz aceitar o sofrimento e a morte que a todos chegará. Não há como evitar.

  2. Estou igualmente muito triste en ouvir a palavra “Matar” de parte deo sumo Sacerdote do Vaticano ! . O facto de desejar por fim a um inútil sofrimento , expresso por quem o deseja , é de respeitar e auxiliar . Mas enfim , que diga ao Putin e Zelenski de pararem de matar mutuamente as suas Populações , porque isso sim é “Matar” ! …..

  3. O Papa até pode ficar triste com a promulgação da lei da eutanásia, mas tem que concordar com o direito das pessoas morrerem com dignidade, quando se chega ao último patamar da vida e a medicina nada mais pode fazer além do prolongamento do sofrimento da pessoa em causa e dos seus entes queridos. A decisão não é tomada de ânimo leve e a mesma é uma grande barreira a ultrapassar por quem decide.

  4. Até pode ser uma lei legítima para acabar com o sofrimento das pessoas, não contest isso, MAS É A EUTANÁSIA UMA PRIORIDADE? Definitivamente não é!! Há coisas bem mais prioritárias…como por exemplo políticas que promovem melhores cuidados de saúde e melhoria das condições FINANCEIRAS dos PORTUGUESES, ou políticas da promoção da natalidade , mas não aquelas que nos querem enfiar a dentro, se é que me faço entender….

  5. Não vejo o manso católico a insurgir se contra matar bebés.. lá vai dizendo alguma coisa de vez enquando..
    Bem mais saudável alguém escolher quando se quer morrer que matar bebés aos milhões.. como no caso do aborto.. e não, eles não escolheram.. apenas a mulher …
    A mulher decide pelo bebê, e pelo homem, este apenas existe para pagar, não tem voz.. venham de lá os euros no país misandrico e feminazi!..
    O que importa são os golpes da barriga… Vale tudo contra o homem!..
    Imagine se são direitos humanos matar bebés aos milhões!.. mas só as mulheres são humanos?!.. é que os bebés e os homens parece que não são.. se não decidem… Só a vontade da esterco feminazi importa?!

  6. Portugal aboliu a pena de morte em 1867 e hoje voltou a legalizar a pena de morte, mas com outro nome mais chamativo, estamos sempre na vanguarda, a esquerda no seu melhor que sabe fazer, como se neste pais não houvesse coisas mais importantes, para serem feitas, mas isto é que dá votos e populismo.

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