Uma nova coligação exige que várias marcas de roupa mundiais deixem de recorrer a fornecedores ligados ao trabalho forçado de uigures na província de Xinjiang, na China.
Cerca de 200 organizações de defesa dos direitos humanos, provenientes de mais de 35 países, formaram uma coligação para pedir a algumas das mais famosas marcas de roupa para garantir que não estão a apoiar ou a beneficiar-se do trabalho forçado de uigures, minoria muçulmana na China.
“O Governo chinês submete os uigures a um trabalho forçado sistemático. As marcas de moda são cúmplices desta situação”, lê-se no site da coligação.
Segundo os números revelados por estas organizações, 84% do algodão produzido na China vem de Xinjiang, a região onde vive esta minoria étnica, sendo que 20% do algodão mundial tem origem nesta província chinesa.
Além disso, uma em cada cinco peças de roupa de algodão no mercado de vestuário global envolve trabalho forçado uigur.
“Estamos a pedir às marcas que deixem de fora a região uigur de todos os níveis da sua cadeia de abastecimento, desde algodão aos produtos finalizados, para impedir o uso de trabalho forçado dos uigures e de outros grupos, e para que acabem com as suas ligações com estes fornecedores que apoiam o trabalho forçado”, pedem as organizações.
“As marcas devem adotar cada uma destas etapas para cumprir as suas obrigações de responsabilidade corporativa pelos direitos humanos, conforme definido pelos princípios internacionais como é o caso dos Princípios Orientadores da ONU sobre Negócios e Direitos Humanos.
Segundo o site Business Insider, os ativistas nomearam 38 empresas que, segundo dizem, com base em investigações credíveis, têm produtos ligados ao trabalho forçado uigur. Entre elas estão marcas como a Abercrombie & Fitch, a Adidas, a Amazon, a Calvin Klein, a GAP, a H&M, a Nike, a Tommy Hilfiger, a Victoria’s Secret e a Zara. A lista com todos os nomes pode ser vista neste comunicado.
A coligação também pede aos Governos para que “fortaleçam e façam cumprir as leis existentes que proíbem o comércio de bens produzidos através de trabalho forçado”.
A China tem enfrentado uma crescente pressão diplomática devido às acusações de que mantém em centros de detenção cerca de um milhão de membros desta minoria étnica.