Gazprom: “União Europeia pode viver sem petróleo. No século XIX vivia-se assim”

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greg westfall / Flickr

Instalações da Gazprom junto ao rio em Moscovo

Director-executivo da Gazprom Neft considera que os habitantes na União Europeia serão os mais afectados pelo possível embargo.

A Comissão Europeia pretende suspender todas as importações de petróleo proveniente da Rússia. É mais uma sanção aos russos, como consequência da guerra na Ucrânia.

Há duas semanas, no momento do anúncio, a presidente Ursula von der Leyen explicou que a ideia é implementar este embargo de “forma progressiva e ordenada” nos próximos seis meses, para que nenhum país mais dependente do mercado russo seja muito afectado.

Von der Leyen admitiu de imediato que esta medida vai ter um impacto muito grande nos países europeus.

E essa ideia foi reforçada pelo director-executivo da Gazprom Neft: “Na teoria, a União Europeia pode tomar essa decisão. No século XIX todas as pessoas na Terra viviam sem petróleo e sem gás. Mas de certeza que vai afectar o padrão de vida dos europeus. Devem entender que terão que pagar um preço por isso”.

Alexander Dyukov, citado pela agência RIA Novotski, acrescentou que os preços da energia na União Europeia vão subir ainda mais nos próximos tempos, por causa desta postura, prevendo falhas no fornecimento de energia, falta de combustíveis para veículos e paralisações em empresas.

Essa suspensão ainda não está garantida porque Hungria, Eslováquia, República Checa e Bulgária estão contra esta decisão.

Noutro contexto, o responsável pela terceira maior produtora de petróleo na Rússia (filial da Gazprom) disse que não acredita que o mundo não vai viver sem petróleo.

Mas Dyukov acha que a importância desse combustível fóssil vai diminuir: “O mundo não poderá recusar totalmente o petróleo. Acredito que a participação do petróleo de facto diminuirá no balanço energético ao longo do tempo. Mas o petróleo ainda vai continuar a ser muito requisitado por um longo tempo”.

Alexander Dyukov, para defender o petróleo, finalizou com novo regresso ao século XIX, lembrando o óleo de baleia – que era muito utilizado na iluminação dentro de casas.

Deixou de ser usado há mais de 100 anos: “Podemos dizer que a indústria do petróleo salvou as baleias do seu extermínio completo”.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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