A Hungria não é a única nação contra a proposta europeia de embargo ao petróleo russo. Eslováquia, República Checa e Bulgária também têm objeções.
Sendo um país dependente dos hidrocarbonetos russos, a Hungria está a pedir aos seus parceiros europeus garantias sobre o seu fornecimento de energia para concordar com um sexto pacote sanções contra Moscovo, incluindo a suspensão das compras de petróleo da Rússia.
A proposta da Comissão teria o efeito de “uma bomba atómica para a economia da Hungria e destruir o nosso fornecimento energético estável”, explicou o chefe de diplomacia húngara, Peter Szijjarto.
A proposta apresentada na passada quarta-feira por Bruxelas aos 27 Estados-membros prevê a cessação das importações de petróleo bruto russo no prazo de seis meses e de produtos refinados, em particular o gasóleo, até ao final de 2022.
No entanto, a Hungria rejeita a proposta de um embargo progressivo da UE ao petróleo russo nos termos propostos pela Comissão Europeia, alegando que põe em causa a segurança energética do país. É necessária a unanimidade dos 27 Estados-membros da UE para a adoção de novas sanções.
A medida continua em discussão pelos Estados-membros, que ainda estão longe da unanimidade necessária para converter a proposta em lei. A Hungria não é a única nação que se opõe aos moldes propostas para o embargo ao petróleo russo.
Também a Eslováquia apontou a sua dependência total do petróleo russo para explicar que não tinha condições para concordar com o embargo, escreve o Público.
Em resposta, a Comissão Europeia incluiu uma cláusula que estabelece um período de derrogação até ao fim de 2023. Ainda assim, Hungria e Eslováquia entenderam que era necessário mais tempo.
A República Checa e a Bulgária aproveitaram também para negociar um prazo mais dilatado para encontrar fornecedores alternativos.
Na semana passada, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apontou “progressos” e “esclarecimentos” após uma reunião com o primeiro-ministro húngaro, Viktor Órban, sobre “segurança energética”.
“As discussões sobre o sexto pacote de sanções prosseguem, e temos a certeza de que o seu resultado será uma ação conjunta e positiva tanto para a UE como para a Ucrânia”, antecipou um responsável da União Europeia, em antevisão à reunião do Conselho de Negócios Estrangeiros da UE.