Jim Lo Scalzo / EPA
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Donald Trump promete um “verdadeiro inferno” se Hamas não libertar reféns até sábado ao meio-dia. O Hamas, que está a romper o acordo, considerou que as ameaças do presidente norte-americano vão complicar mais a situação.
O Hamas anunciou na segunda-feira que ia adiar indefinidamente a próxima troca de reféns prevista para sábado, acusando Israel de múltiplas violações da trégua.
Israel classificou a decisão do Hamas como uma “violação total” do acordo e ordenou que o seu exército estivesse pronto “para todos os cenários”.
O Hamas garantiu então que a porta permanecia “aberta” para a libertação de reféns israelitas em troca de prisioneiros palestinianos “o que ocorrerá como planeado” no sábado, “assim que [Israel] tiver cumprido as suas obrigações”.
Numa declaração esta segunda-feira à noite, Donald Trump classificou a ameaça do Hamas de adiar próxima libertação de reféns como terrível.
“No que me diz respeito, se todos os reféns não estiverem de volta até ao meio-dia de sábado — penso que é uma data razoável —, eu diria: ‘Cancelem e o caos instalar-se-á'”, disse.
Caso não sejam “todos trazidos de volta até ao meio-dia de sábado”, o presidente dos Estados Unidos prometeu “um verdadeiro inferno”.
O chefe de Estado norte-americano sublinhou que Israel deve cancelar o acordo de cessar-fogo com o movimento islamista palestiniano se este prazo for ultrapassado.
Esta posição do Hamas levou o governo de Benjamin Netanyahu a ordenar ao Exército que se prepare para “todos os cenários”.
Trump ameaça países do Médio Oriente
Trump tem repetido que países como a Jordânia e o Egito devem dizer sim ao seu plano e acolher os palestinianos de Gaza.
No entanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Egito já avisou o chefe da diplomacia dos Estados Unidos que os países árabes rejeitam o plano de Donald Trump para expulsar os palestinianos da Faixa de Gaza.
Esta segunda-feira, Trump foi mais além e ameaçou retirar o apoio financeiro, se assim fosse: “Se rejeitarem o plano, é possível que eu retenha a ajuda, sim”.
Isto na véspera do dia em que Trump se vai encontrar com líder da Jordânia, o Rei Abdullah II, em Washington.
Em entrevista à Fox News, Donald Trump seguiu dizendo que os palestinianos retirados de Gaza não teriam o direito de regressar, um dia mais tarde: “Não teriam, porque vão ter um alojamento muito melhor. Por outras palavras, estou a falar de construir um lugar permanente para eles”, acrescentou.
Sami Abou Zouhri, um dos líderes do Hamas disse que as declarações de Donald Trump, a ameaçar Gaza com o “inferno” se os reféns não forem libertados até sábado são “inúteis e só complicam a situação”.
“Trump deve lembrar-se que há um acordo [de tréguas] que deve ser respeitado por ambos os lados [Israel e Hamas] e que esta é a única forma de trazer os prisioneiros de volta. A linguagem das ameaças não vale nada e só complica as coisas”, disse o líder do movimento islamista palestiniano.
A frágil trégua negociada pelo Qatar com a ajuda dos Estados Unidos e do Egito entrou em vigor a 19 de janeiro entre Israel e o Hamas, após mais de 15 meses de guerra que devastou a Faixa de Gaza.
O cessar-fogo resultou até ao momento na libertação de 16 reféns israelitas, sequestrados a 7 de outubro de 2023 durante o ataque do Hamas que desencadeou as hostilidades – em troca de cerca de 700 palestinianos detidos por Israel.
Espera-se que mais 17 reféns israelitas sejam libertados durante a primeira fase da trégua, que termina a 1 de março.
Entretanto, refém morreu
O kibbutz de Kissoufin, no sul de Israel, comunicou esta terça-feira que um israelita de 86 anos, raptado pelo Hamas a 7 de outubro de 2023 morreu em cativeiro na Faixa de Gaza.
“É com o coração pesado que nós, membros do kibbutz, recebemos esta manhã a notícia do assassinato do nosso querido amigo Shlomo Mansour, de 86 anos” e que esteve 494 dias em cativeiro, indica um comunicado.
O ataque do Hamas de 7 de outubro fez 1.210 mortos do lado israelita, a maioria civis, segundo uma contagem da France Press, baseada em dados oficiais israelitas.
No total, 251 pessoas foram raptadas no dia do ataque. 73 reféns continuam detidos em Gaza, dos quais pelo menos 34 morreram, segundo o Exército israelita.
A ofensiva em grande escala levada a cabo por Israel como represália causou pelo menos 48.208 mortos, na maioria civis, em Gaza e provocou uma catástrofe humanitária no território sitiado, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas, considerados fiáveis pelas Nações Unidas.
ZAP // Lusa
Guerra no Médio Oriente
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11 Fevereiro, 2025 Trump promete “verdadeiro inferno” se Hamas não cumprir acordo e ameaça países do Médio Oriente
Os israelitas fazem o Hamas parecerem santos. Tivesse o Hamas os mesmos milhões de dólares para gastar em propaganda e subornar políticos e seriam tão idolatrados como os sádicos assassinos em série da outra equipa.
Está bem visível qual a estratégia do esTrumpf para tudo: chantagem.