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“Shutdown” sem fim à vista. Trump garante que não vai recuar

Michael Reynolds / EPA

Esta segunda-feira, Donald Trump rejeitou uma resolução parlamentar que permitiria a abertura temporária do governo, declarando que “nunca iria recuar”, quando o encerramento de serviços governamentais federais entra na quarta semana.

O Presidente norte-americano Donald Trump rejeitou a sugestão de reabrir todos os serviços governamentais durante várias semanas, enquanto continuariam as negociações com os democratas sobre a sua pretensão de obter 5,7 mil milhões de dólares para construir um longo e insuperável muro na fronteira com o México.

Por outro lado, manteve de pé a possibilidade de declarar uma emergência nacional para dispensar a autorização do Congresso. “Não estou a pretender declarar uma emergência nacional. Isto [obter o financiamento] é tão simples que não deveríamos de ter o fazer”, adiantou.

Aparentemente, o impasse entre o republicano Trump e os democratas mantém-se, depois de um fim de semana sem negociações. A sua decisão de rejeitar a proposta do senador republicano Lindsay Graham, para uma abertura temporária, eliminou uma possibilidade de saída, sem alternativa à vista.

Os congressistas republicanos estão à espera de um sinal de Trump sobre futuros posicionamentos, ao passo que os democratas mantêm a recusa inicial de financiar o muro e a sua exigência de abertura do governo antes de qualquer negociação.

O impacto dos 24 dias de shutdown está a ser sentido em todo o país. Cerca de 800 mil funcionários públicos não receberam salário, o que aumentou as ansiedades relativas ao pagamento de crédito imobiliário e outras contas, e metade deles nem está a trabalhar, o que provocou o encerramento de vários serviços governamentais.

Os viajantes que usam o aeroporto de Atlanta, o mais ocupado dos Estados Unidos, confrontaram-se na segunda-feira com tempos de espera superiores a uma hora, perante a falta de pessoal nas inspeções de segurança.

Donald Trump passou o fim de semana na Casa Branca reunido com assessores e congressistas e mandando mensagens agressivas, através do Twitter, para com os democratas, procurando defender a opção pelo muro com argumentos simultaneamente de segurança e humanitários.

Ao discursar numa convenção de agricultores, em New Orleans, no domingo, insistiu neste ponto, alegando que “não há substituto” para um muro ou uma barreira na fronteira sul.

O Presidente continuou a insistir neste ponto e na reivindicação de poder assinar uma declaração de emergência nacional para lidar com o que diz ser uma crise de contrabando de droga e tráfico de mulheres e crianças na fronteira. Mas parece agora não estar com pressa em avançar com tal declaração.

Em vez disso, está a pressionar os democratas para regressarem à mesa das negociações, apesar de ele próprio se ter levantado da última reunião.

Na última quarta-feira, saiu da sessão negocial com os líderes dos democratas no Senado e na Câmara dos Representantes, depois de Nancy Pelosi lhe dizer que não concordava com o financiamento do muro, mesmo que reabrisse o governo.

Equipa de futebol americano recebida com pizzas

As restrições orçamentais devido ao shutdown levaram a que Donald Trump recebesse os campeões universitários de futebol americano com um banquete de fast food que o próprio pagou.

“Pedimos fast food americana e sou eu que pago”, disse na segunda-feira Donald Trump, ao receber a equipa universitária de futebol americano Clemson Tigers com pizzas e hambúrgueres, devido às limitações da paralisação parcial do governo federal.

É por causa da paralisação, como sabem. Muitos hambúrgueres e pizzas. Acredito que vão preferir isto a tudo o que poderíamos oferecer”, declarou o Presidente .

Diante da insistência de um jornalista sobre qual a rede de fast food favorita do Presidente, Trump esquivou-se: “se és americano, gostas disto, e todos aqui são americanos”.

“Mas prefere McDonald’s ou Wendy’s?” – repetiu o jornalista. “Gosto de todos…”, respondeu. “Só têm coisas boas, boa comida americana, e vai ser muito interessante ver o quanto sobrou no final da tarde.”

ZAP // Lusa

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