Trump cancela visita à Dinamarca por Gronelândia não estar à venda

Jim Lo Scalzo / EPA

O Presidente dos EUA, Donald Trump

Donald Trump cancelou a visita que tinha agendada à Dinamarca depois de a primeira-ministra dinamarquesa se ter recusado a vender a Gronelândia aos Estados Unidos.

Apesar de ter admitido anteriormente que a sua visita à Dinamarca não era devido ao interesse em comprar a Gronelândia, o presidente dos EUA, Donald Trump, cancelou esta quarta-feira a visita que tinha agendada para setembro à Dinamarca.

“A Dinamarca é um país muito especial com pessoas incríveis, mas tendo em conta os comentários da primeira-ministra Mette Frederiksen, de que não tem interesse em discutir a compra da Gronelândia, vou adiar o encontro que tínhamos marcado para daqui a duas semanas para outra altura”, escreveu Trump no Twitter.

Num outro tweet, o líder norte-americano agradeceu a Frederiksen por ter sido tão direta, já que poupou esforços de ambas as partes com isso. Trump disse ainda que está ansioso por reagendar a reunião no futuro.

Tanto a Casa Branca como a Casa Real dinamarquesa já confirmaram o adiamento da viagem. De acordo com o Público, Lene Balleby, responsável pela comunicação da Casa Real, disse que o anúncio de Trump foi “uma surpresa”, mas não teceu mais comentários em relação ao assunto.

A Gronelândia tem uma grande abundância de recursos e uma importância geopolítica que parece interessar a Donald Trump. A Gronelândia é um dos territórios autónomos ultramarinos do Reino da Dinamarca colonizado há três séculos. A ilha com mais de dois milhões de quilómetros quadrados (80% do território está coberto de gelo permanentemente) é habitada por 56 mil pessoas.

Os militares dos EUA já têm uma base na Gronelândia, no noroeste da ilha. O americano levantou a questão da compra num jantar, no ano passado, em que disse ter ouvido que a Dinamarca estava a procurar apoio financeiro para o território autónomo.

As aspirações do presidente norte-americano duraram pouco, com a primeira-ministra dinamarquesa a dizer que a ilha não estava à venda e que a ideia de a comprar era “absurda”.

“A Gronelândia não está à venda. A Gronelândia não é dinamarquesa. A Gronelândia pertence à Gronelândia. Espero bem que isto não seja dito a sério”, disse Mette Frederiksen.

Esta terça-feira, Trump fez outra publicação no Twitter em que prometeu não construir uma Trump Tower na Gronelândia, partilhando uma fotomontagem da torre numa pequena zona habitacional da ilha.