Mais municípios admitem seguir o exemplo de Rui Moreira e sair da ANMP como protesto contra a falta de verbas para a descentralização. O PSD quer um congresso extraordinário para se evitar mais saídas e se chegar a um consenso.
Depois da oficialização da saída do Porto da Associação Nacional de Municípios Portugueses, há agora a possibilidade da Póvoa de Vazim, Trofa e Pinhel seguirem pelo mesmo caminho.
Sérgio Humberto, autarca da Trofa, adianta ao Expresso que vai levar uma proposta para a saída da ANMP à reunião de executivo municipal de 16 de Junho e já se espera uma aprovação na Assembleia Municipal, onde o PSD tem maioria.
O social-democrata acredita que todos os Presidentes de Câmara partilham as mesmas críticas, mas que “há uma grande pressão” para os autarcas do PS “pouparem nas críticas e não saírem da ANMP” e alega que Manuel Pizzaro, presidente da distrital do Porto do PS, tem até ligado a autarcas do PSD nesse sentido, algo que o próprio já veio negar.
Recorde-se que esta polémica se deve às verbas atribuídas às autarquias na transferência de competências da administração central para a local, no âmbito do processo de descentralização.
Os autarcas queixam-se de que o dinheiro não é suficiente para assegurar o funcionamento em pleno dos serviços, especialmente no sector da Educação, e acusam a Associação de Municípios de ser subserviente ao Governo e de não defender o poder local durante as negociações.
Sérgio Humberto sublinha que é “completamente a favor da descentralização e da regionalização”, mas que os moldes actuais estão a “empurrar os municípios para um precipício” e refere que na Trofa, a Câmara precisa de mais 1,1 milhões de euros por ano só no sector da Educação.
Do lado da Póvoa de Varzim, Aires Pereira está a considerar fazer o mesmo e estima que a diferença entre as necessidades do município e as verbas atribuídas chegue aos 4,1 milhões de euros anuais. Já o Presidente da Câmara de Pinhel, Rui Ventura, elogia a “posição clara” do autarca do Porto sobre este assunto e adianta que antes de uma eventual saída da ANMP, quer dialogar com a direcção de Luísa Salgueiro.
Em Coimbra, José Manuel da Silva, que integra o Conselho Geral da ANMP, afirma que por enquanto uma saída não está em cima da mesa, mas a sua posição depende do resultado de um estudo de impacto orçamental da descentralização e das negociações da associação com o Governo.
PSD pede congresso extraordinário da ANMP
O presidente dos Autarcas Sociais-Democratas, Hélder Sousa Silva, acusa do Governo de fazer “orelhas moucas às reivindicações de todos os autarcas e, particularmente, aos do PSD” e sublinha que o executivo deu “zero” ao poder local para este fazer face aos aumentos dos custos causados pela inflação.
Por esta razão, os ASD querem a marcação de um congresso extraordinário por parte da ANMP para que se discuta “de forma sustentada e tranquila” as reivindicações nas questões da descentralização. “O descontentamento não é só com a Educação. A forma desastrosa como a descentralização tem sido levada a cabo onera em toda a linha os já magros orçamentos municipais”, revela Sousa Silva ao DN.
Luísa Salgueiro reagiu ontem à saída do Porto, afirmando que a associação não tem que fazer nada em relação a um município em particular. “Tomámos conhecimento da decisão de ontem [segunda-feira] da Assembleia Municipal do Porto. A Associação Nacional de Municípios vai continuar a trabalhar do mesmo modo que fazia até agora, afincadamente na defesa dos interesses de todos os municípios de Portugal, incluindo do Porto”, afirmou a presidente, que é também autarca de Matosinhos.
Sobre a possibilidade de mais Câmaras seguirem o mesmo caminho que Rui Moreira, Luísa Salgueiro diz que teme que não haja condições para a união e para se “levar a bom porto esta negociação”. Já relativamente à realização de um congresso extraordinário para evitar mais saídas, a presidente da ANMP revela que o conselho directivo se vai reunir para decidir se este avança ou não.
Marcelo apela ao consenso
Marcelo Rebelo de Sousa já comentou a situação do poder local num encontro com autarcas de todo o país, e tanto criticou a postura de Rui Moreira como deixou alertas ao Governo.
Por um lado, o Presidente da República condenou a abertura de “frondas internas” a meio da descentralização, mas por outro, lembra que avançar com uma “descentralização manca é correr um risco enorme”.
O chefe de Estado apelou a que se chegue a um compromisso com os recursos orçamentados para 2023 sem se “deitar fora o peso de uma instituição” como a ANMP. Marcelo acredita que “perdem todos” com “uma crise sobre a descentralização muito prolongada”.
“O que me parece que é razoável é, naturalmente, esperar da parte do Governo abertura a tomar em linha de conta que a transferência de atribuições e de competências tem de ser acompanhada dos recursos para essa transferência”, lembrou, acrescentando que o executivo tem de “fazer o que está ao seu alcance” no Orçamento para o próximo ano.
Este Rui Moreira não engana ninguém Todos sabemos o que quer.
O meu comentário foi apagado!?
Na verdade a Associação de Municípios de Coimbra CIM-RC, é uma organização politizada (xuxalista), age de forma manipulada.
Digo isto por experiência própria…
Está em causa um projecto inovador e diferenciado, CHANFANA embalada em lata com validade de 24 meses, testes rigorosos feitos em colaboração do IPC / ESAC, produto para exportação, criador de riqueza e emprego na região de Coimbra, mesmo tendo sido selecionado em 2015- concurso MAIS COIMBRA / 2015, recusaram-se a receber o promotor do projecto que tinha como finalidade a execução do mesmo.
VERGONHA
Concordo !!! agora é fazer o mesmo que fizeram com as centrais sindicais !!! criam a União Geral do Municipios Portugueses…
UGMP… fica a ideia…
Isto é mais uma manobra dos ‘bairrismos’ divisionistas que certos senhores da região norte se tentam aproveitar para irem sendo carregados pelo populismo demagogo ‘à la Pinto da Costa’.
Esta gente não tinha grande futuro se certas pessoas ainda cá andassem. Isso é que é ‘certinho’!!!
Lá tinha de aparecer um aziado a deitar as culpas a Pinto da Costa.
A política fede!
Coisas feitas à força que não se justificam num país tão pequeno como o nosso. São precisos mais lugares para políticos, simpatizante e mais dinheiro que nos vai sair dos bolsos.
O CELINHO APOIA.