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Tribunal rejeita pedido da Casa Branca. Bolton autorizado a publicar livro comprometedor sobre Trump

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Shawn Thew / EPA

Conselheiro de Segurança Nacional de Donald Trump, John Bolton

O governo dos Estados Unidos apresentou o pedido à última hora para bloquear o lançamento na próxima terça-feira de “A sala onde tudo aconteceu”, crónica dos 17 meses que John Bolton — ex-conselheiro de segurança nacional — passou com o ocupante da Sala Oval, em 2018 e 2019, dizendo-se preocupado com a possibilidade de a obra expor informações classificadas.

A decisão do juiz Royce Lamberth é uma vitória para Bolton num processo que envolve a Primeira Emenda e preocupações de segurança nacional, embora o magistrado considere que o ex-conselheiro de Trump “jogou com a segurança nacional dos Estados Unidos” ao optar pela publicação “sem garantir a aprovação final das autoridades nacionais de informação”.

Mas com 200 mil cópias já distribuídas pelas livrarias de todo o país seria inútil tentar bloquear o lançamento do livro, escreveu Lamberth.

O livro, com um retrato pouco lisonjeiro da tomada de decisões de política externa do presidente norte-americano, segundo Donald Trump é uma “compilação de mentiras e histórias inventadas”.

“Muitas das afirmações que ele me atribui nunca existiram, são pura ficção”, escreveu o Presidente, na sua conta pessoal da rede social Twitter, acrescentando que Bolton “está apenas a tentar vingar-se” por ele o ter despedido.

Trump reagia à divulgação na quinta-feira de um extrato de uma entrevista à estação televisiva ABC, onde Bolton considera que o presidente norte-americano “não é competente para o cargo”. “Eu penso que ele (Trump) não tem as competências necessárias para exercer o seu trabalho”, disse o ex-conselheiro da Casa Branca.

Bolton acusa ainda Trump de confundir os “seus interesses políticos e o interesse nacional”, indicando que muitas importantes decisões do presidente são norteadas pela sua reeleição.

John Bolton despedido em setembro por Trump, quando Donald Trump procura aberturas diplomáticas com dois dos inimigos mais intratáveis ​​dos Estados Unidos, esforços que são divergentes das ideias de pessoas como Bolton, que vê a Coreia do Norte e o Irão como não confiáveis. No final do ano passado, Bolton mostrou-se disponível para testemunhar, dando a entender que pode revelar informação sobre Donald Trump, com um misterioso “estejam atentos”.

Trump demite procurador

De acordo com o jornal norte-americano The New York Times, o chefe da procuradoria de Manhattan, Geoffrey S. Berman, que investigava várias pessoas próximas do presidente norte americano foi demitido pelo próprio Donald Trump.

Barr anunciou a demissão de Berman ainda na sexta-feira, mas este insistiu que não abandonaria o cargo. Com crimes de corrupção de pessoas do círculo íntimo de Trump em mãos, e tendo avançado com um processo contra o antigo advogado do presidente e que levou à prisão de Michael Cohen, Berman investigava agora Rudolph Giuliani, o seu atual advogado.

O Departamento de Justiça divulgou uma carta de Barr a dizer que Berman preferia o “espetáculo público ao serviço público”, não querendo deixar o seu cargo. Foi por isso que pediu a Trump para o demitir. “Como não quiseste sair demitir-te, pedi ao presidente para te retirar do lugar e ele assim o fez”, explicou.

Berman anunciou que, uma vez que Barr já designou Audrey Strauss para o seu lugar, que irá abandonar o cargo, deixando grandes elogios à sua sucessora, dizendo que “é a procuradora mais inteligente” e com mais princípios com quem já teve “o privilégio” de trabalhar.

ZAP // Lusa

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