Três lusodescendentes entre os mais de 100 detidos na Venezuela

andresAzp / Flickr

Manifestações na Venezuela

Manifestações na Venezuela

Pelo menos três lusodescendentes foram detidos, esta quarta-feira, pela Guarda Nacional Bolivariana (GNB, polícia militar), no final de uma marcha de estudantes opositores em Caracas, indicaram à agência Lusa fontes da comunidade portuguesa local.

Segundo as fontes, Samuel André Ferreira, Daniela Isabel Casal D’Ávila e Christian Gabriel de Sousa de Abreu, foram detidos em Los Palos Grandes, a leste de Caracas, e levados para o comando da GNB em El Paraíso, a oeste da capital.

Os três lusodescendentes fazem parte de um grupo de 105 pessoas, entre elas 11 menores de idade, que, foram detidas na quarta-feira no final de uma marcha de estudantes que exigiam a libertação de vários companheiros detidos desde 12 de fevereiro pelas autoridades.

Os estudantes pretendiam marchar desde Chacaíto (leste de Caracas) até à sede do Ministério Público (centro) mas, uma vez mais, foram impedidos de avançar por um forte cordão policial e militar, optando por ir até à sede do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, em Chacao (leste).

Segundo o diário venezuelano El Universal, agentes “espancaram quatro fotógrafos” que cobriam a manifestação e com uma “metra” (pequena esfera de vidro ou metal) “romperam uma máscara antigás” de um deles.

“Testemunhas asseguram que os guardas estavam muito violentos com os repórteres gráficos”, afirma o diário.

O ministro do Turismo venezuelano, Andrés Izarra, denunciou que um grupo de “vândalos” atacou a sede do seu Ministério.

Segundo o diário Últimas Notícias três jornalistas – Gabriela González (da rádio FM Center), Mildred Manrique (do diário 2001) e Johanna Álvarez (correspondente de um jornal mexicano)- “foram atacadas pela guarda” junto da sede do Ministério do Turismo e “feridas com ‘perdigones’ (tiros de borracha)”.

Segundo a agência noticiosa francesa AFP, a polícia interveio, recorrendo ao uso de gás lacrimogéneo para dispersar a multidão e procedendo a detenções.

A Venezuela é palco há mais de três meses de protestos quase diários, os quais provocaram 43 mortos, 6.081 feridos, milhares de detidos e avultados danos materiais.

/Lusa

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