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“Três direitas” unidas para colocar Sánchez entre a espada e a parede

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Luca Piergiovanni / EPA

O primeiro-ministro tem apenas dois dias para aprovar o Orçamento, num cenário em que as direitas estão juntas para derrubar o Governo. Esta pode ser a semana de todas as tensões e decisões para o Governo espanhol.

A manifestação que juntou pelo menos 45 mil pessoas nas ruas de Madrid foi o gatilho para a semana de todas as decisões em Espanha. Protestos nas rua, rutura das negociações entre o Governo e os independentistas catalães, apresentação do Orçamento do Estado e o julgamento dos líderes separatistas da Catalunha: é este o plano para a semana que irá fazer tremer Pedro Sánchez dos pés à cabeça.

Este domingo, dezenas de milhares de manifestantes encheram as ruas de Madrid com o lema “Por uma Espanha unida, eleições já”. Além de se ter pedido a demissão do Executivo, a maior curiosidade desta manifestação é o facto de ter sido convocada em conjunto por aquilo que Pedro Sánchez batizou como “as três direitas“.

O tradicional PP, liderado por Pablo Casado; o mais recente Cidadãos, com o líder carismático Albert Rivera; e o partido de extrema-direita Vox, de Santiago Abascal, que na Andaluzia fez tremer a convicção de que a extrema-direita não chegaria a Espanha e agora se mostra disponível para integrar uma solução de Governo a nível nacional, juntaram-se para colocar Sánchez entre a espada e a parede.

Esta nova família de direitas nasceu oficialmente com uma fotografia que juntou os três líderes. Apesar de próximos, os discursos apresentam algumas variantes: Casado falou de um “ponto de inflexão” e celebrou o que disse ser o início da “reconquista”; Rivera anunciou o fim de uma legislatura “esgotada”; Abascal exigiu o final do “golpe”, ou processo de autonomia da Catalunha, e a prisão do líder da Generalitat, Quim Torra.

Apesar disso, as três direitas então unidas por um objetivo comum: deitar abaixo Sánchez e convocar novas eleições, escreve o Expresso.

Além desta dura oposição, há um outro processo que poderá dar força a estas três direitas e, por sua vez, enfraquecer o primeiro-ministro espanhol. Na sexta-feira, os independentistas catalães romperam as negociações com o Governo, deixando Sánchez numa posição delicada.

Se por um lado Sánchez mostrou flexibilidade ao nomear um mediador para o processo; por outro, para os independentistas, que continuam a exigir a independência, o governante não cedeu o suficiente.

Para piorar, a apresentação do Orçamento do Estado do Executivo está marcada para esta segunda-feira, ao que se seguirá a votação do documento, na quarta-feira. Sánchez está dependente dos independentistas, com quem fez acordo para poder formar um Governo minoritário, para o aprovar.

No entanto, segundo o El País, o antigo líder da Generalitat, Carles Puidgemont, acredita que as dimensões da manifestação deste fim de semana não terão sido suficientes para obrigar Sánchez a romper definitivamente com os independentistas, dando-lhe espaço para voltar à mesa das negociações.

Por fim, o terceiro elemento que poderá desencadear uma crise política no país vizinho é o início do processo no Supremo Tribunal que irá julgar os catalães que tentaram declarar a independência, marcado para esta terça-feira.

A juntar-se à tensão política e à aliança das direitas, o processo será mais um elemento de pressão a somar a uma semana difícil para o Governo espanhol, que irá colocar frente a frente os que consideram que foi uma reivindicação legítima e os discordam, considerando que foi uma tentativa de rebelião e uma prova de deslealdade.

ZAP //

10 Comments

    • os partidos de extrema direita, nacionalizam a economia, fecham os jornais da oposiçao, mandam prender os candidatos da oposiçao, organizam milicias armadas na defesa da naçao, nomeiam para o supremo tribunal amigos e adeptos sem sequer terem em conta a competencia, subvertem banqueiros para sustentar as suas melagomanias, trasnformam as emissoras de televisao em canais de propaganda do governo e dos seus ministros. a oposiçao raramente tem a possibilidade de se expressar..os partidos de extrema direita proibem as greves e as reclamaçoes dos sindicatos mais descontentes e aguerridos. enfim.. onde e que eu ja vi estas praticas???? tao longe ou tao perto…afinal a extrema direita esta bem perto, transvestida de cor de rosa e nao na andalusia

      • Está completamente confundido. Que partido de extrema direita alguma vez nacionalizou empresas? Se se refere ao fascismo aka nacional socialismo é uma ideologia inventada por Mussolini um socialista e passada a manifesto por Gentili em 1925 outro socialista.
        Acho que está bastante confuso

      • nao vamos fazer confusoes nem confundir quem le. apenAS QUIS SER SARCASTICO para com os marxistas militantes que consideram todos os que nao aprovam as suas idiotices,extrema direita ….afinal as atitudes que descrevi foram praticadas aqui e agora pelos amigos do maduro

  1. Mais do que esses juntam os catalães pela independência e estão constantemente a ser cercados pelos colonialistas espanhóis, veja-se o caso dos presos políticos e do julgamento que irão ter.

  2. Um primeiro ministro espanhol a governar o país com apenas 7% de votos. Nisto se vê até onde podem chegar os oportunistas políticos, como esta criatura.

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