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Transição no poder em Cuba é “ilegítima”, acusa secretário-geral da OEA

oasoea / Flickr

Luis Almagro, secretário-geral da Organização de Estados Americanos (OEA)

A transição no poder em Cuba “é ilegítima”, considerou o secretário-geral da Organização de Estados Americanos (OEA).

A vitória da ditadura sobre a liberdade não se chama revolução. A sucessão presidencial à qual assistimos em Cuba é uma tentativa de manutenção de um regime autocrático dinástico e familiar. A isso chama-se uma ditadura”, afirmou Luis Almagro, esta quinta-feira, em comunicado.

A eleição de Miguel Díaz-Canel pela Assembleia Nacional “decorreu sem a livre expressão do povo cubano”, acrescentou no documento, com o título “Cuba, uma transição ilegítima”.

A chegada de Diaz-Canel ao poder “significa décadas de falta de democracia e de violações dos direitos humanos e de liberdades fundamentais”, escreveu o secretário-geral da OEA.

“Em 2018, um regime que prende e cala opositores e dissidentes (…) não pode ser considerado um sistema cuja prática política é aceitável”, declarou o responsável, para quem as ações do regime cubano têm sido extremamente negativas para a estabilidade e segurança regionais”.

No ano passado, Almagro foi convidado a visitar o país para receber um prémio em memória do dissidente cubano Oswaldo Payá, morto em 2012, mas as autoridades negaram-lhe o visto.

“Número dois” do regime cubano, Miguel Díaz-Canel foi eleito esta quinta-feira para suceder ao Presidente Raúl Castro, pondo fim a cerca de seis décadas de poder dos irmãos Castro em Cuba.

Cuba foi liderada pelo “histórico” Fidel Castro de 1976 a 2008 (o líder da revolução esteve antes como primeiro-ministro de 1959 a 1976) e depois com Raúl até agora.

Apesar de deixar o poder, Raúl continuará como secretário-geral do Partido Comunista de Cuba até ao próximo congresso, previsto para 2021, o que faz muitos cubanos pensarem que a passagem de testemunho para Díaz-Canel não trará mudanças significativas.

Designado como o único candidato, o vice-presidente de 57 anos foi confirmado pelos parlamentares por um período renovável de cinco anos, com 603 votos dos 604 possíveis, ou 99,83% dos votos, informou o Cubadebate, o portal oficial cubano na Internet.

Juntamente com Díaz-Canel, foram também eleitos os restantes membros do Conselho de Estado (principal órgão de governo em Cuba), com o veterano Salvador Valdés Mesa como primeiro vice-presidente da ilha.

O grupo de cinco vice-presidentes estará integrado pelo “histórico” Ramiro Valdés, o ministro de Saúde Roberto Morales, a responsável de contas públicas Gladys Bejerano, a diretora do Instituto de Recursos Hidráulicos de Cuba Inés María Chapman e a presidente da Assembleia provincial de Santiago de Cuba, Beatriz Johnson.

O Conselho de Estado também fica composto por outros 23 vogais e um secretário, cargo ocupado novamente por Homero Acosta.

ZAP // Lusa

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